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Senado faz homenagem a ex-senador que atirou em rival

Espaço onde funciona o Programa Interlegis será batizado de "Edifício Senador Ronaldo Cunha Lima". Em 1993, ele disparou dois tiros contra adversário

Por Da Redação
15 out 2014, 08h36

O Senado decidiu batizar de “Edifício Senador Ronaldo Cunha Lima” o espaço físico onde funciona o Programa Interlegis, que treina servidores do Senado e de outros poderes legislativos país afora. O homenageado terá direito a um busto de bronze.

E quem é Ronaldo Cunha Lima? Foi um governador da Paraíba pelo PMDB que, em novembro de 1993, tentou matar seu antecessor no cargo Tarcísio Burity, na época do PFL (hoje DEM). Após entrar no restaurante e se deparar com o desafeto, Ronaldo efetuou dois disparos com arma de fogo nele, um atingindo a boca e outro no tórax. Burity sobreviveu aos tiros e morreu 10 anos depois, vítima de problemas cardíacos.

Ronaldo chegou a ser detido na época pela Polícia Federal. O ataque, conforme relatos, teria sido motivado pelas acusações de corrupção que Burity fez ao filho de Ronaldo, Cássio Cunha Lima, então superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Cássio hoje é senador tucano e concorre ao segundo turno ao governo paraibano contra o candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB).

A tentativa de homicídio nunca chegou a ser julgada pela Justiça porque uma série de manobras adiou a análise do caso. Em outubro de 2007, Ronaldo, filiado ao PSDB, renunciou ao mandato de deputado federal, o que fez o processo deixar o Supremo Tribunal Federal e voltar para a Justiça comum. Em sua defesa, o então parlamentar alegou que Burity o ameaçou e que não premeditou o crime. Ele morreu em julho de 2012, sem ter sido julgado.

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A decisão de colocar o nome no prédio e esculpir um busto ocorreu na semana passada na Comissão Diretora do Senado, órgão responsável por cuidar de decisões administrativas da Casa. Em nota divulgada nesta terça-feira, a assessoria de imprensa do Senado informou que a decisão de se homenagear Ronaldo ocorreu em novembro de 2012, após aprovação unânime no plenário do Senado. A Casa disse que a proposta de homenagem partiu do presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). O Senado afirmou que não há prazo para a cerimônia de nomeação do prédio e inauguração do busto.

O Senado tem outros homenageados com carreira polêmica. Caso de Filinto Müller (1900-1973), que dá nome a uma ala do Senado. Müller presidiu o Arena, partido que deu sustentação ao regime militar e há um projeto em tramitação na Casa para alterar o nome para Luís Carlos Prestes (1898-1990), um dos ícones da esquerda brasileira.

(Com Estadão Conteúdo)

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