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Sem substituto para Alfredo Nascimento, Dilma se cala e deixa PR decidir sobre demissão

Novas denúncias complicam situação do ministro. Mesmo assim, presidente manterá pasta com o partido para não perder apoio no Congresso Nacional

Por Luciana Marques
6 jul 2011, 13h57

Apesar da situação do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, estar cada vez mais insustentável – com denúncias envolvendo doações de campanha ocultas e suspeitas a respeito da meteórica evolução patrimonial de seu filho -, a presidente Dilma Rousseff não deve demiti-lo, ao menos por enquanto. Durante evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira para sanção do projeto que institui o Sistema Único de Assistência Social (Suas), a presidente preferiu se calar sobre o tema. Apenas cumprimentou e mandou beijos à distância aos jornalistas. Mesmo após sucessivas crises na Esplanada dos Ministérios, Dilma não tirou o sorriso do rosto.

A presidente avalia que já fez seu papel: afastou e demitirá em breve quatro servidores envolvidos no esquema de cobrança de propina no ministério e em órgãos vinculados à pasta. As irregularidades foram mostradas em reportagem de VEJA desta semana. Agora, a demissão do ministro Alfredo Nascimento deve ficar sob responsabilidade do PR. “O ministro é que deve decidir”, afirmou uma ministra e interlocutora da presidente ao site de VEJA.

A pasta dos Transportes está nas mãos de Nascimento desde 2004, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda que alguns petistas e peemedebistas já pensem em nomes para substituir Nascimento, a avaliação geral é que o ministério deve continuar sendo comandado pelo PR. Isso porque o Planalto precisa dos 45 parlamentares da legenda para aprovação de projetos do governo no Congresso Nacional. “A presidente Dilma está procurando uma saída. É preciso manter o PR no governo, mas é difícil encontrar um substituto”, avalia uma deputada da base aliada.

O grande problema é que a maior parte dos deputados e senadores do PR apoiam a permanência do ministro. Até porque temem que a presidente Dilma escolha um nome de outra legenda para ocupar a vaga de Nascimento. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (PR-MG), diz que o partido está integralmente a favor do ministro. “Até agora não temos nenhuma comprovação que desabone a conduta do ministro. O partido não pode nem pensar na possibilidade de saída de Nascimento. Mas, se ele deixar a pasta, faremos uma avaliação em cima de outro nome”, afirmou.

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Um ministro do PMDB, que preferiu não se identificar, diz que, nos bastidores, a informação que circula é de que há um problema de autoridade na pasta dos Transportes. “A situação é delicada. Nós percebemos que o PR está muito solidário ao ministro. Há quem diga que havia um comando duplo na pasta dos Transportes: com Nascimento e Valdemar da Costa Neto, que seria próximo do chefe de gabinete Mauro Barbosa. Com isso, o ministro perdeu autoridade.”

Convocação – Para evitar uma repercussão ainda maior sobre o caso, o PR encaminhou requerimentos em quatro comissões na Câmara dos Deputados para que o ministro se explique sobre as denúncias. A recomendação do Planalto é exatamente essa: é melhor que Nascimento preste esclarecimentos imediatamente do que repita o mesmo erro de Antonio Palocci. O então ministro da Casa Civil demorou a falar em público sobre a evolução de seu patrimônio e, quando o fez, já era tarde demais. Nascimento prestará depoimento na próxima terça-feira no Senado.

A maior preocupação, tanto do Planalto, tanto do PR, é de que novas denúncias contra o ministro desgastem o governo e inviabilizem sua permanência no cargo. Alguns integrantes da base já dão a saída de Nascimento como certa. “Ele é um morto ainda não enterrado”, aposta um petista.

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