Sem ler inquéritos, defesa de Cachoeira pede mais tempo
Advogados do contraventor tentam adiar novamente a ida dele ao Congresso. Mas, ao que tudo indica, tudo não passa de manobra
Os advogados de Carlinhos Cachoeira pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento da ida do contraventor à CPI. O argumento é o de que a defesa só obteve acesso integral aos inquéritos na terça-feira, uma semana antes do depoimento de Cachoeira no Congresso – o prazo seria insuficiente para analisar o material. Mas tudo não passa de jogo de cena: os advogados só apareceram na sala-cofre destinada à consulta dos inquéritos na quarta-feira. Ficaram, ao todo, menos de três horas em frente aos computadores com a cópia dos autos.
Os registros mostram que o advogado Augusto de Arruda Botelho Neto permaneceu apenas 31 minutos no local: de 13h02 às 13h33. A assistente dele, Kamilla Cristina de Matos Souza, ficou mais tempo: de 15h59 às 18h20. Duas horas e 21 minutos. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) critica a manobra da defesa de Cachoeira e afirma que, se o Supremo conceder o pedido dos advogados, o Congresso precisa reagir.
“Eu não acredito que o ministro Celso de Mello defira um novo adiamento. É um ministro rigoroso, mas, se ele deferir, eu penso que estaremos diante de uma situação institucional. Aí já não será a CPI, terá que ser o Congresso Nacional a defender as prerrogativas desses que têm o mandato dado pelo povo brasileiro”, afirmou o parlamentar nesta sexta-feira.
A CPI já teve de adiar o primeiro depoimento de Cachoeira, marcado para o dia 15, por decisão do ministro Celso de Mello. Depois disso, a comissão decidiu liberar aos advogados o acesso integral aos autos das operações Vegas e Monte Carlo, de forma a impedir manobras da defesa.
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