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Sem Temer, Skaf critica adversários e diz que fará ‘coligação com o povo’

Presidente licenciado da Fiesp minimizou isolamento do partido e acusou adversários de fazerem 'troca-troca' de cargos por apoio

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jul 2018, 16h27 - Publicado em 28 jul 2018, 09h00

Pela terceira vez, o empresário Paulo Skaf, presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é candidato a governador do estado, sendo a segunda tentativa pelo MDB. Acusando os adversários de fazerem “troca-troca” de cargos por apoio, Skaf minimizou o isolamento do partido e disse que caminhar sozinho foi uma opção para poder escolher livremente a composição da chapa, em uma “coligação com o povo”.

“Os meus principais adversários fizeram um grande troca-troca para terem coligações, oferecendo favores, cargos e loteando futuros governos. Nós estamos leves e soltos para fazer o melhor governo em São Paulo, com as pessoas mais competentes e preparados”, afirmou o candidato. “Não é verdeiro que nós não temos coligação. Nós temos a maior e melhor coligação, que é a com o povo de São Paulo”, disse durante o discurso.

Presidente estadual do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP) disse a VEJA que o partido chegou a iniciar conversas com outras legendas, mas reforçou o discurso do pré-candidato e afirmou que foi uma decisão de Skaf não buscar alianças. “O Paulo Skaf defendeu que o povo de São Paulo quer uma nova política e não quisemos nos comprometer com nenhum partido, para que ele tivesse liberdade para compor a sua chapa”, defendeu o deputado. O mesmo discurso foi repetido pelo ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, que elogiou a posição de Skaf. “Antes só do que mal acompanhado”, brincou.

A chapa do MDB tem três dos postos preenchidos: além de Skaf, foram confirmados os nomes da tenente-coronel da Polícia Militar Carla Basson como candidata a vice e da psicóloga Cidinha Pinto, presidente do MDB Afro, concorrendo ao Senado. A última vaga está reservada para a senadora Marta Suplicy (MDB-SP), que pediu para que o partido aguarde até o próximo dia 4 até que ela decida se será candidata à reeleição.

A composição eminentemente feminina foi um destaque na fala do postulante ao governo. “Muitos falam que vão fazer a representatividade da mulher na política, mas nós fazemos antes de falar”, disse Skaf, que também ressaltou que Cidinha Pinto será a primeira mulher negra da história a concorrer a uma vaga de senadora em São Paulo. A escolha de Carla Basson foi um claro recado de que a segurança pública será um tema central: o candidato ao governo disse que as policias paulistas foram “abandonadas” nos governos do PSDB e que ele vai restaurar a autoridade do governo.

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Adversários

Skaf evitou mencionar os principais adversários, mas deixou claro que o período de “paz e amor” com o ex-prefeito João Doria (PSDB) acabou. O candidato do MDB afirmou que a educação e a saúde em São Paulo são muito ruins e citou o exemplo do trabalho realizado pela Fiesp no Sesi e no Senai, com a adoção de ensino integral, como um exemplo de que poderia alterar a atual realidade.

Além das críticas sobre “loteamento”, o emedebista também divulgou um jingle em que diz que “a sua palavra tem valor”, em provocação ao fato de Doria ter renunciado à Prefeitura após prometer cumprir seu mandato por quatro anos. Skaf também ironizou o fato de o tucano dizer que “não é político”. “Eu sou um político, porque eu sou filiado a um partido político e sou candidato a governador de São Paulo. Quem está filiado a um partido, é candidato, mas fala que não é político, já começa querendo enganar”.

Temer

Um grande tema da convenção deste sábado foi a ausência do presidente Michel Temer. E não foi apenas a ausência física: não houve uma única faixa em nenhum lugar do Clube Sírio que fizesse menção ao fato de se tratar da convenção do partido do presidente da República, nem tampouco qualquer menção a Temer entre os que discursaram.

Segundo Paulo Skaf, Temer, que retornou de uma viagem à África do Sul, foi convidado, mas não pôde vir. Sobre a presença dele em seu palanque, o candidato ao governo afirmou que “a decisão será dele”. Vice-líder do governo Temer na Câmara, o deputado Beto Mansur (MDB-SP) disse que, se tivesse feito um discurso, teria mencionado o presidente, mas que considera natural “que os candidatos falem mais sobre as próprias propostas”.

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Skaf foi o último a falar. Antes dele, discursaram Baleia Rossi, Cidinha Pinto, Carla Basson e o pré-candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles. A fala de Meirelles foi a que mais perto chegou de Temer, ao dizer que o partido foi responsável por tirar o Brasil da recessão, mas ainda assim soou mais como autopromoção do trabalho que este fez à frente do Ministério da Fazenda do que uma tentativa de fortalecer o governo.

Em seu discurso, o pré-candidato do MDB ao governo afastou qualquer possibilidade de apoiar um outro candidato ao Planalto, depois de ter sido cortejado por pessoas próximas ao deputado Jair Bolsonaro (PSL) e disse que fará campanha por Meirelles. O palanque de Skaf em São Paulo, que tem entre 17 e 19% nas últimas pesquisas de intenção de voto, é considerado “estratégico” para Meirelles sair da estagnação em que está, entre 1% e 2% nos levantamentos sobre o Planalto.

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