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Seis anos após o impeachment, Dilma volta à cena

Ex-presidente esteve nos principais eventos no início do governo Lula para uma ‘reparação histórica’. Futuro dela, porém, é incerto

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jan 2023, 22h01 - Publicado em 7 jan 2023, 21h59

O presidente Lula ainda se preparava para subir a rampa do Palácio do Planalto, no último domingo, 1º, quando o lotado salão que o aguardava foi tomado por gritos e aplausos. Quem chegava para acompanhar a cerimônia de posse era a ex-presidente Dilma Rousseff, que, mais de seis anos antes, deixou aquele mesmo local entrando para a história como o segundo mandatário brasileiro a sofrer um processo de impeachment. “Ela voltou!”, bradavam deputados e senadores aliados. Questionada, Dilma dizia ser “maravilhosa” a sensação de voltar a pisar em um local do qual saiu pela porta dos fundos.

Na primeira semana do governo Lula, Dilma Rousseff continuou em evidência. Ela participou das principais cerimônias de posse ocupando o tablado da seleta fila de convidados e familiares dos novos ministros que seriam empossados – os demais todos ficaram na plateia. Na posse de Jorge Messias, o novo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), por exemplo, o nome da ex-presidente foi o segundo a ser anunciado, atrás apenas do próprio Messias e sua esposa.

Dilma discursou durante o evento de Messias, que foi subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência durante o governo dela, e tornou-se personagem quando um áudio vazado da então presidente em 2016, auge da Lava-Jato, dizia que o “Bessias” iria entregar a Lula o termo de posse na Casa Civil – a medida foi tratada como uma forma de o ex-presidente ganhar foro privilegiado e, assim, fugir de um pedido de prisão.

Ao falar, mostrando sua ainda pouca habilidade ao microfone, a ex-presidente abriu o discurso cumprimentando o “nosso presidente” da AGU. “Nosso presidente, não. Desculpa. Nosso ministro”, corrigiu-se, rindo e emendando a fala sobre a importância do órgão assumido pelo seu ex-assessor. Da plateia, figuras que apoiaram a cassação da petista, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), aplaudiam.

A ex-presidente foi recebida com pompa em outros eventos, como as posses de Alexandre Padilha, na Secretaria de Relações Institucionais, e de Paulo Pimenta, o novo chefe da Comunicação Social. Em ambos os casos, os discursos apontaram para um resgate da imagem da petista, tratada pelo PT como alvo de uma injustiça política ao ser cassada em decorrência do processo que ficou conhecido como as pedaladas fiscais – o rombo econômico e as demais trapalhadas de seu governo, claro, não são mencionados.

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“A sua presença neste ano e como a senhora foi recebida é uma reparação histórica das injustiças que a senhora sofreu”, disse Alexandre Padilha.

“Se é verdade que esse momento histórico que nós estamos vivendo tem um conjunto de significados, eu tenho certeza que talvez um dos mais importantes seja uma reparação histórica que o Brasil está fazendo com a trajetória de vida, a importância para a democracia e para o nosso Brasil de Dilma Rousseff”, afirmou Pimenta.

Ao longo da campanha do ano passado, o nome de Dilma foi diversas vezes mencionado pelo então presidente Jair Bolsonaro como uma forma de depreciar a candidatura de Lula e tentar vincular um novo mandato do petista aos erros econômicos protagonizados pela então presidente. Na ocasião, Lula costumava dizer que Dilma não teria nenhum ministério: “Nem eu vou levar e jamais a Dilma caberia em um ministério, porque Dilma tem a grandeza de ter sido a primeira mulher presidente da história deste país”.

A ex-presidente, de fato, não ocupou nenhuma cadeira no primeiro escalão e ainda não está claro o tamanho da participação dela no governo Lula. Por ora, o que se diz é que Dilma deve, no máximo, manter as eventuais aparições e, quem sabe, algum cargo no exterior. A sonhada rendição, dizem, já está sendo alcançada.

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