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Segundo escalão: novos nomes desagradam PMDB

Diário Oficial trouxe nomeação de petista para Embratur

Por Marina Dias, de Brasília
5 jan 2011, 13h16

A iniciativa de Temer de frear as nomeações do segundo escalão até fevereiro deu-se pelo apetite dos ministros do PT em nomear secretários e chefes de gabinete logo após as cerimônias de transmissão de cargos

Os últimos movimentos de PT e PMDB, em Brasília, mostram que a sangrenta disputa pelos cargos do segundo escalão do governo da presidente Dilma Rousseff – a primeira crise do novo governo – está longe do fim. E deixam claro que não há mocinho ou bandido nessa história. Enquanto o PMDB aumenta a pressão para não perder territórios que considera demarcados, o PT, com sua conhecida concepção da administração pública como um braço do partido, busca aumentar ainda mais seu poderio na máquina do estado.

Nesta quarta-feira, integrantes da alta cúpula peemedebista mostraram-se insatisfeitos com a indicação do petista Mário Augusto Lopes Moysés para a presidência do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), oficializada no Diário Oficial, e prometem brigar pelo comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), área considerada estratégica para o partido.

O PMDB pretende avançar também em setores dos Correios – que teve a diretoria totalmente remodelada pelo novo ministro das Comunicações, o petista Paulo Bernardo, – e órgãos do setor elétrico, como a Eletrobras. A iniciativa do vice-presidente Michel Temer de frear as nomeações do segundo escalão até fevereiro, depois das eleições para a presidência da Câmara e do Senado, deu-se pelo apetite dos ministros do PT em nomear secretários e chefes de gabinete logo após as cerimônias de transmissão de cargos, nos dias 2 e 3 de janeiro.

Estratégia – O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, apressou-se em indicar um nome ligado ao PT para a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS). Ao mesmo tempo, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nomeava uma nova diretoria para os Correios, com Wagner Pinheiro, ligado ao PT, na presidência, no lugar de David José Matos, ligado a peemedebistas. Os movimentos revelam uma estratégia: o PT age rapidamente para preencher os espaços em um território novo – já que, até o ano passado, os ministérios da Saúde e Comunicações eram feudos do PMDB.

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Em público, líderes do maior partido aliado ao governo não negam que a paralisação das nomeações para o segundo escalão foi um pedido do vice-presidente Michel Temer, acatado em reunião do Conselho Político no Palácio do Planalto pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. “Michel propos a parada nas nomeações porque muitos deputados e líderes do PMDB e de outros partidos aliados estão viajando, em recesso. É prudente que isso só volte a ser feito em fevereiro”, afirmou em entrevista ao site de VEJA o deputado e líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

Espaço – Para ele, o próprio governo “ainda não tem noção do espaço que deve ser ocupado pelo PMDB e também por outros partidos aliados”. Por isso, explica, é fundamental que haja um “levantamento preliminar” para delimitar cargos e indicar nomes, evitando assim “qualquer tipo de atropelo”.

O peemedebista, que mandou um recado ao governo ao sinalizar que a legenda pode pressionar no Congresso pelo aumento do salário mínimo, fixado em 540 reais pelo ex-presidente Lula, reconheceu que os ministros estavam indo com muita sede ao pote e esqueciam acordos prévios na tentativa de nomear gente de confiança. “Nós queremos mais tempo, inclusive para os nossos ministros”, declarou Alves.

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