O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, é acusado pelo Ministério Público do Estado do Rio de improbidade administrativa. A denúncia oferecida 7ª Vara da Fazenda Pública pelo promotor Rogério Pacheco Alves, da 7ª Promotoria da Tutela Coletiva, aponta irregularidades em dois contratos de aluguel e manutenção de veículos para a Polícia Militar firmados em 2007 e 2008, com superfaturamento de 134 milhões de reais.
Segundo a denúncia, com o dinheiro gasto com o aluguel e a manutenção de cada veículo por 30 meses seria possível comprar três carros daquele modelo. Além disso, manutenção era paga mesmo sem haver controle sobre a realização do serviço, afirma a denúncia. O promotor pediu à Justiça que determine o bloqueio dos bens do secretário, da ex-subsecretária de Gestão Estratégica da Secretaria de Segurança, Suzy Avellar, e da empresa Julio Simões, com quem foram firmados o contratos. Também foi pedido o ressarcimento dos 134 milhões, a perda da função pública de Beltrame e a suspensão dos direitos políticos dele e da ex-subsecretária.
Nesta quinta-feira, o secretário emitiu uma nota oficial rebatendo as acusações. “O contrato é agora questionado porque, segundo a tese de acusação, poderíamos comprar três carros (três editais, três licitações) que se degradarão com o tempo, no lugar da gestão da frota, que tem a manutenção do nível de serviços como princípio. O custo/benefício não é só valor de compra. Na lógica antiga de comprar e depois jogar fora, a PM mantinha um batalhão de funcionários apenas para fazer reparos. Isso foi motivo de chacota no passado, além de retirar policiais da atividade fim, num momento em que a população quer sua polícia nas ruas. Esta foi uma economia enorme que o promotor não considerou”, diz a nota.
(Com Estadão Conteúdo)