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Se eleito, França não exigirá vacinação obrigatória contra Covid-19 em SP

Candidato do PSB à prefeitura disse que o governo não pode impor uma sanção às pessoas que se recusarem a tomar uma vacina contra o novo coronavírus

Por Redação
Atualizado em 23 out 2020, 14h02 - Publicado em 22 out 2020, 12h20

O candidato à prefeitura de São Paulo Marcio França (PSB) afirmou que não realizará uma campanha de vacinação compulsória contra a Covid-19 se for eleito no pleito de novembro. França declarou que a Constituição garante às pessoas o direito de não se vacinarem por questões religiosas e que é impraticável a imposição de uma sanção contra quem não quiser tomar o imunizante. “É impossível você dizer que será obrigatório”, disse.

“A vacina será obrigatória para as pessoas de bom senso e que representam a maioria da população de São Paulo”, declarou França, em participação na sabatina do projeto VEJA E VOTE. “Só existe uma norma se houver uma sanção. Qual vai ser a sanção? Eu vou mandar prender o sujeito?”, disse.

Para França, os imunizantes contra o novo coronavírus não deveriam ser um tema da campanha municipal, já que a vacina para a doença nem sequer passou da fase de testes. Ele afirmou que a discussão é fruto de um marketing feito pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para pautar o debate eleitoral. Doria é um dos principais envolvidos na disputa pela produção do imunizante e apoia o candidato à reeleição em São Paulo, Bruno Covas (PSDB). O tema ganhou relevância nacional após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter descartado o aporte de recursos federais para distribuir a vacina que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

“Essa é uma discussão que tudo dá a entender que ou é Bolsonaro ou é contra o Bolsonaro. Ninguém quer prefeito fraco. Já basta aquele BolsoDoria da eleição passada”, afirmou França. “O governador e o prefeito não podem ficar batendo boca com o presidente. É preciso produzir entendimentos. A eleição de 2022 deixa para depois.”

Relação Institucional

França se tornou um dos principais desafetos de Doria na campanha de 2018, quando foi derrotado na disputa pelo governo de São Paulo por uma pequena diferença. Ele afirmou que, se for eleito, manterá um relacionamento institucional com o governador. “Ele não é bobo. Ele tem mil defeitos, mas o milésimo primeiro não é ser burro. Se eu for eleito, ele sabe que foi derrotado eleitoralmente. Somos antagônicos, mas ele me respeita e eu o respeito”, declarou.

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O candidato do PSB afirmou que Doria está tentando eleger Covas para a prefeitura para se fortalecer eleitoralmente e conseguir concorrer em 2022 à Presidência da República. “Para efeitos de Brasil seria muito ruim [se Covas ganhar a eleição]. Nesse caso, vamos trazer o Doria para a disputa para presidente. Ele é um péssimo nome. Além de todas as coisas que tem de ruim, o Doria não cumpre sua palavra. Eu reconheço mais sinceridade no Bolsonaro do que no Doria”, declarou.

Plano Emergencial

França elogiou medidas tomadas pelo governo federal durante a pandemia, como a instituição do auxílio emergencial e a flexibilização nos contratos trabalhistas, mas afirmou que a população de São Paulo não pode contar com esses mecanismos para 2021. O candidato à prefeitura prometeu que irá instituir um plano emergencial para superar a crise econômica na cidade que contemplará três frentes: a criação de uma frente de trabalho, um financiamento de 3.000 reais para pequenos empreendedores e a abertura dos equipamentos de educação e saúde aos finais de semana e feriados.

Segundo França, o plano custará 2,5 bilhões de reais para os cofres da cidade. Ele diz que conseguirá os recursos a partir da extinção de 6.930 cargos nomeados pela prefeitura no serviço público e de verbas que foram destinadas para organizações sociais.

“Nós vamos ter um desastre, com quebra-quebra, se não houver um prefeito com pulso. E hoje, em São Paulo, nós não temos um”, disse França, que criticou por diversas vezes a condução de Covas no combate à pandemia. “Era para ter feito um fechamento duro e drástico lá no início. O Carnaval foi uma irresponsabilidade, tinha muita gente na rua, sabendo que o vírus vinha da China. Eles estão sempre correndo atrás do prejuízo, nunca estão se antecipando a ele.”

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O candidato também prometeu que utilizará pousadas e hotéis ociosos no centro de São Paulo para abrigar pessoas em situação de rua e que desenvolverá um plano para comprar pequenos apartamentos que, futuramente, serão repassados a quem não tem moradia.

Experiência

França foi governador de São Paulo por oito meses, após Geraldo Alckmin (PSDB) ter renunciado ao cargo para concorrer à Presidência em 2018. O candidato do PSB também já governou a cidade de São Vicente por dois mandatos (1996-2004). Ele admitiu que não conhece toda a extensão dos problemas da capital paulista, mas garantiu que possui experiência suficiente para fazer uma boa gestão. “As grandes soluções vêm de como saber administrar”, declarou.

Se vencer o pleito, França afirmou que reabrirá a Cinemateca no primeiro dia de seu mandato e que irá realizar sua cerimônia de posse no local. Hoje, o equipamento cultural encontra-se fechado em função de um impasse entre os governos federal e municipal.

Para França, a verdadeira disputa na cidade se dá entre ele e Covas. Ele acredita que as candidaturas de Celso Russomanno (Republicanos) e de Guilherme Boulos (PSOL) irão se desidratar até o dia da eleição. No momento, França ocupa a quarta colocação nas pesquisas eleitorais. O último levantamento feito pelo Datafolha mostra que Russomanno lidera com 27% das intenções de voto, seguido por Covas (21%), Boulos (12%) e França, com 8%.

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