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Santos Cruz: ‘O que vi de dinheiro desperdiçado é impressionante’

Demitido no dia 13 de junho por Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Secretaria de Governo criticou o desperdício de recursos públicos

Por Da Redação Atualizado em 15 jul 2019, 15h18 - Publicado em 27 jun 2019, 13h33

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, criticou nesta quinta-feira, 27, o desperdício de recursos públicos no Executivo Federal. “Nestes meus seis meses de governo, o que vi de dinheiro desperdiçado e dinheiro jogado no ralo é impressionante”, afirmou, sem entrar em detalhes sobre quais setores do governo pecam pela gastança.

As declarações foram feitas durante o 14º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Santos Cruz disse não saber os motivos que o levaram a sair do governo, mas vê como algo normal as trocas em ministérios e estatais. O general da reserva foi demitido no dia 13 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro. “Como diz o Reginaldo [Rossi], meu caso é mais um, é banal”, disse, arrancando risos da plateia.

No auge da crise entre a ala militar do governo e os “olavistas”, Santos Cruz trocou farpas públicas com Olavo de Carvalho, guru ideológico do presidente e de seus filhos. O escritor publicava textos no Facebook nos quais se referia ao ex-ministro como “bandidinho” e “fracote”. Durante o evento, o general evitou falar sobre a ala ideológica do governo. “Teria de baixar muito o nível do palavreado ao falar destas pessoas”, disse.

O ex-ministro também criticou a influência das redes sociais no governo, chamando-a de “assembleismo digital”. “Isso causa tumulto para a governabilidade”, disse. Entretanto, Santos Cruz evitou criticar diretamente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos administradores das redes sociais do presidente. Ao ser questionado se a influência familiar mais ajuda que atrapalha Bolsonaro, o ex-ministro disse: “Não vou falar”.

Santos Cruz afirmou, ainda, que não vê Bolsonaro sendo transformado na “rainha da Inglaterra“. Na última semana, o presidente criticou o projeto de lei na Câmara que transfere a parlamentares o poder de indicar integrantes de agências reguladoras. Segundo ele, a medida vai transformá-lo em uma “rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa.

O general da reserva destacou que “é fundamental” a harmonia entre os Poderes e elogiou o trabalho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A presidência da Câmara é uma função importantíssima. É ele quem faz a pauta, ele é quem está tocando a Previdência”, disse.

Cocaína em voo da FAB

Sobre o sargento que foi preso na terça-feira, 25, na Espanha, por transportar 39 quilos de cocaína em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), Santos Cruz disse que o militar é um traficante. No entanto, o general da reserva ressaltou que a reputação da FAB, a qual o sargento é ligado, não está em risco após a prisão. O avião fazia parte da comitiva de Bolsonaro na viagem ao Japão. O presidente voava em outra aeronave.

Santos Cruz também deu a sua opinião sobre a execução do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, ocorrida no Rio de Janeiro em abril deste ano. O ministro disse que foi um “erro lastimável” do Exército brasileiro. O general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que sucedeu Santos Cruz, disse que não foram assassinatos as mortes do músico e do catador. “O pessoal tem colocado assassinato, não é”.

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(Com Estadão Conteúdo)

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