Com o auxílio da Receita Federal e de um acordo de cooperação com os Estados Unidos, a força-tarefa da Operação Jato rastreou a movimentação financeira das contas no exterior do marqueteiro do PT João Santana e da sua esposa Mônica Moura. Entre as transações, os investigadores identificaram 88 transferências, entre novembro de 2008 e março de 2015, para contas que tinham como titulares a filha do casal, Suria Santana, e o genro Matthew S. Pacinelli. O montante total, de 517.800 dólares, partiu da conta da offshore Shellbill Finance SA, constituída no Panamá e mantida no banco Heritage, na Suíça. As numerosas transferências reforçaram a tese de que a empresa era controlada por Santana.
A offshore também recebeu 4,5 milhões de dólares do operador Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels no Brasil e preso hoje na Operação Acarajé, e 3 milhões de dólares de offshores ligadas à Odebrecht. Apesar de a conta estar na Suíça, a movimentação foi feita pelo Citibank de Nova York, que, por meio do acordo internacional, enviou dados sobre a operação financeira à Lava Jato. “Entre as transações relevantes, destacam-se dezenas de pagamentos efetuados, a débito da conta Schellbill, em favor de Suria Santana e de Mathew S. Pacinelli. Trata-se da filha e do genro de João Santana e de Mônica Regina, sendo os débitos a seu favor mais uma prova de que a conta Shellbill é controlada por eles e que a utilizaram, entre outros propósitos, para realizar transferências em favor de sua filha e genro”, diz despacho do juiz Sergio Moro. (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)