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RJ: governo e prefeitura travam batalha após Crivella criticar a PM

Crivella afirmou que Rio é uma 'esculhambação completa' e policiais são corruptos; Witzel mandou retirar escolta pessoal do prefeito, medida depois revista

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 22 mar 2019, 11h01 - Publicado em 21 mar 2019, 20h53

O governo do estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro estão em pé de guerra e o motivo é a Polícia Militar. Depois que Marcelo Crivella fez duras críticas à PM, acusando-a, entre outras coisas, de corrupção, o governador Wilson Witzel saiu em defesa da corporação e mandou retirar os 27 homens que faziam a escolta pessoal do prefeito. A decisão foi publicada na manhã da quinta-feira 21, no Diário Oficial do Estado, mas depois de conversar com Crivella, Witzel reviu a decisão.

A confusão começou na última segunda-feira, durante um evento para 80 servidores na Fundação Parques e Jardins. Em discurso, Crivella afirmou que a cidade que ele governa é “uma esculhambação completa”. Entre outras críticas, o prefeito acusou policiais militares de corrupção.

“Quando o político rouba e fica rico, o comandante do batalhão também quer ficar rico. O coronel quer ficar rico. O tenente, o sargento, querem ficar ricos. Aí, eles sobem o morro para pegar o arrego”, discursou Crivella na reunião. “O arrego é o troco da cocaína”.

Em nota, o secretário de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, reagiu, indignado, garantindo que não há instituição tão rigorosa contra os malfeitos do que a PM. “Lamentável e inacreditável que o prefeito do município do Rio de Janeiro — uma cidade com problemas tão sérios a resolver — seja capaz de proferir declarações tão absurdas durante uma reunião pública”, afirmou.

Em vídeo divulgado na tarde de quarta-feira, Wilson Witzel saiu em defesa da PM, embora não tenha citado Crivella nominalmente. O governador foi eleito com forte apoio das polícias civil e militar.

“Não admito, não aceito qualquer tipo de declaração leviana que coloque em dúvida a integridade moral da atuação de nossos comandantes, oficiais e praças. Os resultados estão mostrando que não temos relação com nenhuma organização de atividade criminosa”, disse Witzel. “Tráfico de drogas, milícia, todos estão sendo combatidos com rigor. Manifesto meu repúdio a declarações em sentido contrário. Tem o meio apoio, a minha confiança e a nossa força policial merece respeito. Força e honra”.

Ainda na tarde de quarta-feira, foi proposta na Assembleia Legislativa do Rio, pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL), uma moção de repúdio, assinada por 36 parlamentares, contra as declarações do prefeito. A moção foi firmada por mais da metade dos parlamentares, entre eles, até mesmo, deputados do PSOL, como Eliomar Coelho, e do PCdoB, Enfermeira Rejane.

“Nós que somos cariocas temos muito a lamentar pelas declarações do Prefeito”, afirmou Knoploch. “Ele vive em um mundo paralelo. Conseguiu acabar com as poucas iniciativas boas que tínhamos no município e não implementou nada que propôs em campanha. Já passou da hora de ele realmente cuidar das pessoas”.

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Em entrevista na manhã de quinta-feira, Witzel confirmou a retirada dos PMs, mas afirmou que a medida poderia ser revertida por conta da retratação pública de Crivella, que voltou atrás nas declarações e disse que apenas “poucos PMs são corruptos”. Segundo Witzel, Crivella ligou para ele nesta manhã para dizer que suas declarações teriam sido descontextualizadas.

“É preciso que as instituições se respeitem. Declarações como essas não ajudam o estado democrático de direito”, disse o governador.

Ao justificar o afastamento dos PMs da segurança do prefeito, Witzel afirmou: “A Polícia Militar tem que ter credibilidade como um todo, se você não acredita numa instituição ela não pode estar ao seu lado”.

E ainda: “A instituição está carente de policiais, o comandante entendeu que seria o caso de chamar de volta esses policiais. Mas estou conversando com ele no sentido de reverter essa decisão em função da retratação de Crivella”.

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