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Rio de Janeiro vai ao STF contra ministro da Justiça

Em entrevistas, Torquato Jardim disse haver ligação entre comando da PM do Rio e o crime organizado. Governador diz querer 'explicações' do ministro

Por Reuters Atualizado em 1 nov 2017, 19h51 - Publicado em 1 nov 2017, 19h37

O governo do Rio de Janeiro entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que em entrevistas entre ontem e esta quarta-feira acusou o comando da Polícia Militar fluminense de ter ligação com o crime organizado.

As declarações de Torquato causaram revolta entre autoridades do Rio que, além de surpresas, classificaram o conteúdo das declarações como irresponsável, mentiroso e sem fundamento. Ao blog do jornalista Josias de Souza, no portal UOL, o ministro da Justiça disse que comandantes de batalhão da PM do Rio são “sócios do crime organizado” e que suas nomeações são feitas a partir de “acertos” com deputados estaduais e criminosos. Ele ainda afirmou que a “virada da curva” na segurança no Estado se dará apenas em 2019. “Com o atual governo do Rio não será possível”, criticou.

Em outra entrevista, publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Globo, Torquato Jardim explicou ter feito uma “crítica institucional pessoal”, mas que há “toda uma linha de comando” a ser investigada e desafiou o governo do Rio a provar que ele está errado. O ministro ainda rebateu a declaração do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), de que nunca tratou com ele sobre o assunto e declarou que tem “melhor memória” que Pezão.

O peemedebista reuniu-se nesta quarta-feira com a cúpula da segurança e comandantes de batalhões para prestar solidariedade e para “acalmar” os militares. “Vamos interpelar o ministro no STF numa ação de reparo e pedindo explicações a ele sobre o que falou”, afirma Pezão.

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“Não entendi o ministro Torquato. Não sei o que deu. Acho que nem o (presidente Michel) Temer sabe”, disse o governador, que trocou mensagens com o ministro da Justiça, mas ainda não teve oportunidade de conversar com ele mais profundamente. “O ministro me disse que falou em nome pessoal e não em nome do governo… Não acredito que esse tipo de coisa abala a força-tarefa. O presidente Temer reiterou que quer nos ajudar mais fortemente”, completou o peemedebista.

O secretário de Segurança Pública fluminense, Roberto Sá, fez um breve pronunciamento após o encontro com o governador. “Além de manifestar solidariedade, o governo anunciou que o Estado do Rio vai interpelar judicialmente o ministro da Justiça para que preste esclarecimentos”, disse. “O trabalho não para e isso não vai interferir o nosso trabalho em conjunto com o governo federal. A ajuda é bem vinda”, acrescentou Sá.

Em tom de indignação com as declarações de Torquato, o comandante-geral da Polícia Militar, Wolney Dias, declarou que comanda uma tropa de “heróis” e não uma “horda” de policiais. “Também serei signatário nessa ação do Estado…não comando uma horda, mas sim uma legião de heróis que sangram diariamente em defesa da sociedade”, disse ele numa referência aos 114 PMs mortos no Estado em 2017.

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