Ricardo Salles recebe alta de hospital em Brasília
O ministro do Meio Ambiente foi internado com um quadro de mal-estar e realizou exames de rotina
O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles recebeu alta do Hospital das Forças Armadas (HFA) na tarde desta quarta-feira, 28, de acordo com o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. Salles foi internado ontem no hospital para a realização de exames após um quadro de mal-estar. “Foi estresse… vamos dizer.. ambiental”, afirmou Azevedo e Silva. Segundo ele, as providências para alta já estão sendo tomadas.
Ainda de acordo com o ministro da Defesa, não houve alterações nos exames de Salles. De acordo com um boletim médico divulgada na manhã desta quarta-feira, o quadro de saúde do ministro é estável e não teve intercorrências clínicas durante a noite.
O boletim, divulgado pela assessoria de imprensa do ministério, também informa que Salles não apresentava sintomas no momento quando foi admitido na Unidade de Emergência do hospital mas, mesmo assim, “a equipe assistente optou pela internação hospitalar para a realização de exames de rotina”. Um novo boletim é previsto para as 16h.
Após participar de cerimônia em homenagem ao Dia do Voluntariado, no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro tinha afirmado que Salles teria alta hospitalar em breve. “Ele vai ter alta e vai vir me ver daqui a pouco. Ele está com saudade de mim”, disse o presidente rindo, ao ser questionado se pretende visitar o ministro no hospital.
O ministro está no foco da crise ambiental do governo Bolsonaro, enfatizada por estudos que revelaram que as queimadas na Amazônia ocasionadas pelo desmatamento cresceram em relação aos anos anteriores. De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, até 14 de agosto, foram registrados 32.728 focos de calor, número 60% superior à média dos três anos anteriores para o mesmo período.
Além da crise interna, Salles também enfrenta a pressão externa de líderes mundiais. Após a cúpula do G7 oferecer 20 milhões de euros para o Brasil para combater às queimadas, o ministro afirmou que o dinheiro seria “bem-vindo“. Contudo, o Planalto declarou que rejeitaria a ajuda financeira. Bolsonaro disse que o presidente francês Emmanuel Macron teria que “retirar insultos” contra ele antes de aceitar a quantia.
Protestos ocorreram na última semana nas principais capitais do país e em embaixadas brasileiras em defesa da Amazônia. Durantes os atos, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o ministro e a hashtag “Fora Salles” repercutiu nas redes sociais. Integrantes do Novo — partido que Salles é filiado — pediram a suspensão do nome do ministro do quadro de filiados da sigla por sua “postura inadequada”.
Podcast
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(Com Estadão Conteúdo)