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Uma rede de intrigas no governo Bolsonaro

O Ministério da Justiça pede investigação de “armação” que envolve amigo de Jair Bolsonaro com fraudes previdenciárias

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 set 2019, 09h51 - Publicado em 13 set 2019, 06h30

Nas últimas duas semanas era visível que havia algo tensionando mais que o normal as relações entre o presidente da República, o ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal. Na edição passada, VEJA revelou uma parte do mistério: Bolsonaro foi informado da existência de uma investigação sigilosa sobre uma fraude previdenciária envolvendo o deputado Helio Negão, um de seus melhores amigos. Bem ao seu estilo, o presidente logo vislumbrou uma conspirata para atingi-lo — e reagiu determinando a substituição do superintendente da PF no Rio de Janeiro, onde a bruxaria estaria ocorrendo. A decisão foi interpretada como uma interferência indevida de Bolsonaro na cadeia natural de comando. Ao demitir o superintendente, ele teria desautorizado ao mesmo tempo o ministro Sergio Moro e o diretor-geral, Maurício Valeixo. Por causa disso, ambos estariam se preparando para deixar o governo.

Bolsonaro, Moro e Valeixo foram capturados numa teia de intrigas. Na segunda-feira 9, o jornal Folha de S.Paulo publicou que não havia investigação sobre o deputado, e sim sobre um homônimo dele. A versão de que o alvo seria o amigo do presidente teria sido espalhada por inimigos do delegado Ricardo Saadi, o então superintendente do Rio. Ao saber disso, o ministro Moro determinou que fosse apurada a “aparente inclusão fraudulenta do nome do deputado federal Helio Negão em inquérito que tramita perante a Polícia Federal do Rio de Janeiro e que teria por objeto condutas de pessoa com o mesmo apelido”, com o “intuito de manipular o governo federal”.

A raiz dessa crise, como tantas outras em Brasília, está na disputa por poder. Segundo relato de uma autoridade com acesso aos personagens envolvidos, a confusão foi produzida por um delegado do Rio que ouviu de uma testemunha a informação de que um homem conhecido como Helio Negão estaria por trás de uma série de crimes praticados contra a Previdência. O policial, então, encaminhou um relatório detalhando a descoberta ao setor de inteligência da PF em Brasília. Um amigo do policial garante que no documento já continha a informação de que o criminoso poderia tratar-se de um homônimo do deputado. Isso, porém, não impediu — há quem acredite que até incentivou — a difusão da versão de que o parlamentar estava sendo realmente investigado, uma tentativa de indispor a atual direção da PF e o ministro Sergio Moro com o presidente da República. O caso está sendo apurado pela corregedoria da PF, que investiga a participação do delegado Leonardo Tavares na armação.

Publicado em VEJA de 18 de setembro de 2019, edição nº 2652

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