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R$ 370 mi lavados em esquema de Cachoeira vieram do DNIT e parque aquático no Rio

Ministério Público Federal aponta que o dinheiro destinado pela construtora Delta a empresas fantasmas de Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud foi desviado de quatro contratos com o poder público

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2016, 16h56

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal, que deflagraram na manhã desta quinta-feira a Operação Saqueador, identificaram quatro contratos da empreiteira Delta com o poder público dos quais foram desviados os 370 milhões de reais posteriormente lavados por uma rede de 18 empresas de fachada e por fim destinados a políticos e campanhas eleitorais em forma de propina. Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, é alvo de mandado de prisão preventiva na Saqueador, assim como o contraventor Carlinhos Cachoeira e os lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud, responsáveis pelas lavanderias de dinheiro sujo.

Segundo os investigadores, os desvios milionários, classificados na denúncia do MP como “crimes antecedentes” ao de lavagem de dinheiro, se deram em dois contratos da Delta com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ambos em 2010, no contrato para construção do complexo aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em 2006, e em um contrato para despoluição de praias no município de Iguaba Grande (RJ), em 1999.

Uma perícia na contabilidade da construtora mostra que 96% do seu faturamento entre 2007 e 2012, o equivalente a 11 bilhões de reais, eram oriundos de obras públicas, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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A tesouraria fantasma montada pela Delta

As obras do DNIT em que houve fraude pela Delta envolvem o trecho maranhense da BR-316, que vai de Belém (PA) a Maceió (AL), e projetos de infraestrutura rodoviária no Ceará. A investigação da Saqueador aponta que entre 2006 e 2012 o DNIT pagou 3,5 bilhões de reais à empreiteira de Cavendish.

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No contrato com o DNIT do Maranhão, de acordo com os investigadores com base em acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), houve utilização de material diferente do previsto em contrato e pagamentos por materiais não utilizados nos serviços. Na obra no Ceará, além de desvio de dinheiro público, o Ministério Público detectou fraude em licitação, superfaturamento e pagamentos indevidos. A apuração dos procuradores levou a Controladoria-Geral da União (CGU), atual Ministério da Transparência, a declarar a inidoneidade da Delta em 2012, processo que levou a construtora a pedir recuperação judicial naquele ano.

Construído para os Jogos Panamericanos de 2007 e palco das competições de natação nas Olimpíadas, que começam daqui a 36 dias no Rio, o Parque Aquático Maria Lenk é outra obra em que houve irregularidades na contratação da Delta. Em 2006, a Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe) “dispensou indevidamente”, segundo o MP, a licitação para construção do complexo e beneficiou a empreiteira. O Maria Lenk custou cerca de 80 milhões de reais, dos quais 60 milhões de reais vieram do governo federal, então comandado pelo ex-presidente Lula.

O outro contrato da Delta elencado pelo MP como fraudulento foi assinado pela construtora em 1999 com a prefeitura de Iguaba Grande, município fluminense a cerca de 130 quilômetros do Rio, para a despoluição das praias da cidade. Pela obra de 5,6 milhões de reais, superfaturada, Fernando Cavendish acabou condenado em 2013 a quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto por desvio de dinheiro público. Ele recorreu da condenação e responde em liberdade.

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