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Quem é Gustavo Bebianno, o articulador político de Bolsonaro

Advogado é o responsável por administrar a agenda, os encontros e – mais importante – os movimentos políticos do presidenciável

Por Edoardo Ghirotto
25 ago 2018, 08h19

Há pelo menos seis meses qualquer um que queira se aproximar de Jair Bolsonaro tem, necessariamente, de passar pelo controle do advogado Gustavo Bebianno Rocha. Botafoguense fanático e faixa-preta em jiu-jitsu, ele é o responsável por administrar a agenda, os encontros e – mais importante – os movimentos políticos do presidenciável. Tamanha proximidade tem causado ruído no entorno do candidato: seus três filhos políticos e os assessores de longa data foram rebaixados na hierarquia do capitão para que Bebianno ascendesse.

Os casos mais recentes envolvem Eduardo Bolsonaro, deputado federal como o pai: há cerca de um mês, o parlamentar fez uma postagem nas redes sociais desferindo críticas a um correligionário próximo de Bebianno. O advogado queixou-se a Bolsonaro, que obrigou o filho a apagar a publicação. Eduardo também teve de cancelar um evento que organizara para reunir políticos conservadores da América Latina — espécie de antítese do Foro de São Paulo — porque Bebianno convenceu seu pai de que comparecer ao compromisso poderia configurar propaganda antecipada de campanha. A ida de Bolsonaro ao PSL também foi obra do advogado, e ocorreu à revelia dos filhos Flávio e Carlos, que preferiam o Patriota. Adilson Barroso, presidente do Patriota, chegou a oferecer seu cargo a Flávio, deputado estadual, além de deixar à disposição do clã quase todos os diretórios do partido. Só que, em paralelo, Bebianno, juntamente com o deputado federal Fernando Francischini, costurava um acordo para que o PSL fosse a legenda escolhida. Venceu a queda de braço e, como recompensa, tornou-se ele próprio presidente em exercício do partido.

À medida que Bebianno ganha a confiança de Bolsonaro, assessores de longa data perdem espaço — o que inclui até o próprio Francischini. Um dos primeiros a apoiar o capitão, quando ele ainda era visto apenas como uma figura folclórica do baixo clero, o deputado foi escanteado e não participa das decisões centrais de campanha como antes.

Em 2017, Bebianno foi apresentado a Bolsonaro por um amigo em comum — o engenheiro-agrônomo Carlos Favoreto, dono da consultoria ECP Environmental Solutions, e hoje condenado em segunda instância por corromper agentes do Ibama. Favoreto sugeriu a Bebianno que auxiliasse o presidenciável em processos contra ele, como a ação na qual é réu por injúria e incitação ao estupro contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Bebianno, que já conhecia Bolsonaro das redes sociais, ansiava aproximar-se dele por simpatizar com suas ideias.

Bebianno trabalhou por mais de dez anos no escritório de advocacia Sergio Bermudes, no Rio, onde chegou a sócio mesmo sem nunca ter atuado em um grande contencioso. Sob sua responsabilidade, estavam pequenas causas coletivas que tinham como alvo grandes empresas, sobretudo seguradoras. Deixou o Bermudes em 2012 e manteve-se em carreira-solo até se tornar o que é hoje: o guardião das chaves da catraca que dá acesso a Bolsonaro.

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