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Queda de Graça Foster se dá com atraso, avalia oposição

Até mesmo parlamentares petistas avaliam que a troca no comando da Petrobras era necessária

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro, de Brasília
4 fev 2015, 12h46

A renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, foi tratada por oposicionistas – e até petistas – como uma decisão necessária e tardia. A notícia, que surgiu na manhã desta quarta-feira, surpreendeu muitos parlamentares. A expectativa era de que Graça permanecesse no cargo por algumas semanas enquanto o governo encontra um nome para sucedê-la.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), diz que a demissão era essencial para retomar a credibilidade da Petrobras ante o mercado. “Acredito que a solução deveria ter ocorrido há mais tempo. Não por questões pessoais ou por mérito ou demérito da titular, mas por questão da imagem da estatal perante os segmentos financeiros”, afirma.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), concorda: “A demissão foi tardia. Pedíamos essa saída desde setembro. A presidente Graça Foster estava lá para limpar a barra do governo. Cumpriu a missão e agora se demitiu”, avalia. “O PT transformou a Petrobras em uma piada. Agora, sem Graça”, ironiza o tucano Nelson Marchezan Junior (RS).

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) ressaltou que, depois do governo evitar a todo custo demitir a diretoria da Petrobras, a saída de Graça se dá exatamente depois que ela admitiu uma perda de ativos que pode chegar 88,6 bilhões de reais. “Depois de mais de um ano fazendo de tudo para proteger a presidente da República, sua amiga Dilma Rousseff, a presidente Graça Foster resolveu falar a verdade e, há poucos dias, admitiu no balanço da empresa, uma perda de ativos de mais de 80 bilhões, fruto da corrupção na empresa. No mesmo momento, ela admitiu um prejuízo de mais de 2,5 bilhões de reais pelo início das obras feitas irresponsavelmente nas refinarias do Ceará e do Maranhão. A grande verdade é que falar a verdade não faz bem a ninguém neste governo”, disse o tucano.

Em nota, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a demissão “demonstra que o primeiro objetivo dessa diretoria era o de apagar digitais, mas o quadro se mostrou muito mais grave. Eram tantos esqueletos no armário que Graça não conseguiu exercer o papel de coveira. Ficou insustentável”, afirmou.

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Mesmo entre os petistas o sentimento é o de que a troca aconteceu com atraso. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), por exemplo, admite: “Ela fez um trabalho muito importante mas chegou a um momento insustentável. Está até um pouco tarde”, diz ele.

O colega Paulo Teixeira também reconhece que a saída da presidente era inevitável: “Era um fato necessário para melhorar a governança. A Petrobras carecia de uma mudança para sair das páginas políticas e voltasse para as páginas de economia”.

Para o presidente da sigla, Rui Falcão, a saída se deu após muito desgaste. “O mais importante é a gente fortalecer a Petrobras, mostrar que é uma empresa que tem recursos para o futuro do país. Há uma tentativa muito grande de desmerecer a Petrobras como empresa pública. Não concordamos com a ideia de que tem que ser privatizada. A diretoria que assumir terá de levar em conta as políticas que já foram traçadas até aqui de fortalecimento da empresa, de continuidade da exploração do nosso petróleo. A empresa tem que ser fortalecida, o combate à corrupção tem que ser permanente. As mudanças se dão para fortalecer a empresa. Havia muita crítica e desgastes e, mesmo com nenhum desvio ético por parte da presidente Graça Foster, houve essa decisão de ordem administrativa que ocorre por motivação da diretoria atual”, afirmou.

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