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Publicitário diz que dinheiro para Vargas foi decisão da agência

Ministério Público suspeita que André Vargas simulou a prestação de serviços de empresas com notas fiscais frias para receber propina

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 ago 2015, 17h56

O publicitário Ricardo Hoffmann, preso na Operação Lava Jato, afirmou nesta quarta-feira em depoimento ao juiz Sergio Moro que os pagamentos feitos pela agência de publicidade Borghi/Lowe às empresas de fachada LSI e Limiar, vinculadas ao deputado cassado André Vargas (ex-PT-PR), foram uma decisão da cúpula da companhia. Hoffmann não apresentou provas, mas disse que os empresários José Borghi e Valdir Barbosa determinaram os repasses ao ex-petista entre 2009 e 2013, depois de receberem pedido para doações eleitorais.

“Essa decisão [de pagar Vargas] responde a uma solicitação de doação eleitoral, de doação para a campanha, alguma solicitação que não podia ser atendida nessa configuração de doações legais para campanhas, porque a agência também não fazia. Aí o presidente e o vice-presidente-executivo da agência decidiram ‘bom, vamos transferir o bônus de volume de que nós não fazemos uso’. Essa decisão foi passada a mim por José Borghi e Valdir Barbosa”, disse o publicitário. “Eles disseram que não tinha como fazer doação eleitoral ou mesmo contribuição para a campanha ou o partido e que a única maneira seria transferir o bônus de volume auferido em trabalhos de produção”, completou.

Ao ouvir o relato, Moro demonstrou certa incredulidade: “Convenhamos que campanha para deputado ocorreu em 2010 e 2014. Em 2014, André Vargas nem concorreu”, afirmou o magistrado. As suspeitas do Ministério Público são de que André Vargas simulou a prestação de serviços das empresas LSI e Limiar com notas fiscais frias para receber pagamentos injustificados e, com isso, praticou lavagem de dinheiro.

“Essa não foi uma decisão minha. Eu era subordinado. Eu não tinha essa atribuição [de decidir o destino dos bônus de volume] e ninguém em uma estrutura de uma agência multinacional, com inúmeras restrições administrativas, conseguiria fazer isso”, completou o depoentre. Depois da audiência com o juiz Sergio Moro, a defesa de Hoffmann alegou que apresentará à Justiça um pedido de liberdade do réu.

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Assim que viu o cerco se fechar contra André Vargas, Ricardo Hoffmann tentou negociar com o Ministério Público um acordo de delação premiada para detalhar como o ex-deputado petista embolsava propina a partir de um esquema de desvio de dinheiro dos bônus de volume de propagandas. A própria agência Borghi, como pessoa jurídica, também tentou uma proposta de colaboração com os investigadores, mas os procuradores da força-tarefa rejeitaram a possibilidade de acordo nos dois casos.

A Borghi/Lowe informou, em nota, que “Ricardo Hoffmann é ex-diretor geral do escritório de Brasília da Borghi Lowe e foi desligado da agência no final do ano passado, após os primeiros indícios de transações impróprias de uma investigação ainda em curso”. “Estamos cooperando ativamente com as investigações em andamento e continuaremos a fazê-lo”, disse.

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