Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

PT decide votar contra Cunha no Conselho de Ética

Até agora, partido atuava para salvar o presidente da Câmara – num esforço para livrar Dilma Rousseff do pedido de impeachment

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 dez 2015, 14h27

A bancada do PT na Câmara dos Deputados fechou questão nesta quarta-feira pela continuidade das investigações contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Dessa forma, se algum dos três membros da legenda no Conselho de Ética votar por encerrar o processo contra Cunha, poderá sofrer sanções da sigla. O movimento se dá diante da pressão de eleitores e militantes sobre a bancada – e representa um recuo nos esforços que o Planalto e o próprio partido empenhavam até aqui para salvar o deputado. A decisão da bancada foi anunciada um dia depois do presidente do PT, o lulista Rui Falcão, pedir que os deputados do partido votassem contra o presidente da Câmara.

Os votos dos três petistas no Conselho de Ética são vistos como decisivos para definir o futuro político do chefe da Câmara nos próximos meses – e haviam se transformado em verdadeira moeda de troca entre Cunha e o Planalto: o partido ajudaria a evitar o avanço do processo de cassação, e o peemedebista arquivaria o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. A decisão dificulta o esforço de Cunha para barrar o processo já na primeira etapa e evitar qualquer tipo de investigação contra ele.

Membros do PT se reuniram nesta tarde com o líder Sibá Machado (AC) na liderança do partido. Até a sessão do conselho de ontem, os petistas não escondiam o temor de votar contra Cunha e serem retaliados com a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff. O Palácio do Planalto também entrou em campo para tentar poupar Cunha – e, por consequência, a presidente da República. “Eu não tenho medo dessas coisas [chantagem], eu não vim aqui para passear. Quem achar que vai me chantagear está perdendo tempo”, disse Sibá Machado após a reunião.

Na mesma linha, o deputado Léo de Brito (PT-AC), membro do conselho, disse que o partido não pode ceder a qualquer tipo de chantagem política e acredita que não haverá retaliação ao posicionamento anunciado nesta quarta. “Se tiver, vai ficar claro que existia uma moeda de troca relacionada ao Conselho de Ética”, afirmou. O petista, por outro lado, admitiu que teme as consequências da decisão. “O temor existe porque nós não sabemos o que pode vir da cabeça do presidente da Casa. É uma situação imprevisível, e nós temos de estar preparados para qualquer coisa”, disse.

Continua após a publicidade

Como a bancada fechou questão pela votação favorável ao parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), se qualquer um dos três parlamentares não seguir a orientação partidária, pode sofrer punições internas.

O Conselho de Ética se reuniu novamente nesta tarde. No entanto, a votação do relatório foi novamente adiada, já que há uma sessão do Congresso Nacional em andamento no plenário, o que inviabiliza qualquer outro tipo de deliberação. Na terça-feira, o grupo se reuniu ao longo de seis horas, mas sucessivas manobras de aliados de Cunha impediram a votação do parecer. A sessão de hoje foi encerrada sem nem ter sido aberta para discussões. Para a semana que vem, o presidente do colegiado, José Carlos de Araújo (PSB-BA) planeja acabar com a flexibilização da norma que estendeu o tempo das discussões.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.