A Comissão Nacional de Ética do PSOL arquivou o processo de expulsão da deputada estadual Janira Rocha, do Rio de Janeiro, acusada de arquitetar um esquema de caixa 2 na campanha de 2010 e de desviar recursos do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social (Sindsprev). Janira, em uma gravação de áudio, cobra parte dos salários de funcionários de seu gabinete. Para o relator do caso, ex-senador José Nery, no entanto, não foi identificada a prática da “cotização compulsória” – um eufemismo para cobrança de parte dos salários. Segundo Nery, militantes do partido que trabalhavam para a deputada contribuíam de forma voluntária. “No nosso entendimento, a contribuição, desde que seja voluntária, não compulsória, não pode ser considerada um crime ou um delito”, afirmou o ex-senador. O relator do caso conclui o relatório afirmando que “não havendo qualquer prova concreta de que a quotização praticada no gabinete da deputada fosse feita mediante coerção e, considerando que esta é uma prática legal (…), recomendamos ao Diretório Nacional o arquivamento da denúncia contra a deputada”.
As denúncias de irregularidades contra a deputada surgiram depois que dois ex-assessores foram presos tentando vender um dossiê com informações contra Janira, que na época era presidente do diretório estadual do PSOL. Antes de tentar negociar o material com a também deputada Cidinha Campos (PDT), que chamou a polícia para prender os dois homens, os ex-assessores teriam chantageado a deputada do PSOL. Em novembro, a executiva do PSOL-RJ decidiu por unanimidade recomendar a expulsão da deputada estadual, levando o caso à Comissão Nacional. O caso também é investigado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Nesta terça-feira, uma reunião da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Alerj foi cancelada por falta de quórum.
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