Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

PSB faz suas propostas para mergulhar no governo Temer

Partido prepara agenda programática a ser apresentada ao vice-presidente. Nos bastidores, contudo, há divergências entre a cúpula pessebista e as bancadas da sigla no Congresso

Por Da Redação 27 abr 2016, 19h36

Nos últimos três anos, o PSB flutuou pelas mais variadas posições políticas: desembarcou da base do governo Dilma Rousseff, adotou, após a reeleição da petista, posição de independência no Congresso e, neste ano, anunciou uma “marcha em definitivo” rumo à oposição, entregando 29 votos pelo impeachment da presidente. Agora, estuda voltar a ser governo e já prepara uma agenda programática para ser apresentada ao vice-presidente Michel Temer, que no próximo mês pode assumir o Palácio do Planalto.

A Executiva da legenda se reuniria nesta quinta-feira para bater o martelo sobre a participação na provável gestão do peemedebista, mas o encontro acabou cancelado. O argumento oficial é o de que a cúpula do PSB prefere aguardar o desenrolar do processo de impeachment no Senado e não tomar nenhuma decisão precipitada. Nos bastidores, porém, uma divisão entre o comando do partido e as bancadas na Câmara e do Senado evidencia a falta de consenso sobre qual caminho seguir.

Conforme relatos ouvidos pelo site de VEJA, a maior resistência parte principalmente dos governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, e Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal, e também de nomes que ainda se opõem a se “misturar” com o PMDB, partido conhecido pelo seu tradicional fisiologismo. Deputados e senadores, por outro lado, já estão em tratativas com interlocutores de Temer, entre eles o senador Romero Jucá (RR) e o ex-ministro Moreira Fraco.

Entre as principais pastas cotadas pelos pessebistas estão aquelas nas áreas de infraestrutura, como Cidades e Integração, ou relacionadas às questões sociais. “Nós temos uma ideia de programa. O ministério é a chance de ter uma repactuação, de tentar restaurar a credibilidade e sair da situação em que o Brasil está”, afirma o líder do PSB na Câmara, Fernando Filho (PE). Nesta quarta-feira, a bancada discutiu a participação no governo Temer e já tem quase a totalidade apoiando a adesão. “Nós demos voto favorável a essa mudança e agora temos a responsabilidade de concretizá-la. A forma mais clara de ajudar um projeto é participar dele”, disse o deputado Fábio Garcia (PSB-MT).

Já na cúpula da legenda, o discurso é outro: “A gente não quer rachar o partido. Na direção partidária, há mais restrições porque ainda não conhecemos o leque das propostas. Não tem nenhuma sinalização concreta. O Temer quer o PSB periférico ou no centro da discussão e da decisão?”, questiona o vice-presidente de Relações Governamentais, Beto Albuquerque. “A gente tem que saber para onde eles querem ir e qual papel o PSB tem que cumprir. Tomar decisões no escuro é um erro e não ajuda o governo nem a trajetória do partido”, continuou.

Continua após a publicidade

Michel Temer já teve reuniões, antes da aprovação do impeachment na Câmara, com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e também com os líderes na Câmara e no Senado. No encontro, a legenda cobrou as principais pautas de governo e o perfil do time que o peemedebista estaria escalando. E se comprometeu, também, em entregar uma agenda mínima com propostas resgatadas e atualizadas do programa do ex-candidato à presidência Eduardo Campos (PSB), morto em 2014.

Entre os principais pontos exigidos estão a diminuição da máquina do governo, a redução da taxa de juros da dívida, o estímulo da economia com obras estruturantes, como a conclusão da transposição do Rio São Francisco, e a exclusão de novas taxações, como a volta da CPMF, o imposto do cheque.

Presidência da Câmara – As negociações sobre o apoio a um eventual governo Temer também passam pela presidência da Câmara dos Deputados. A bancada vislumbra a oportunidade de chegar ao posto angariando votos de aliados do governo Dilma e do PT, que dificilmente apoiariam os candidatos do “centrão” – com a bênção do atual presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devem disputar o posto os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) ou Jovair Arantes (PTB-GO), que comandaram a comissão do impeachment.

A ideia da legenda é conseguir unir as oposições, que também estão em avançadas conversas com Michel Temer, e lançar um candidato alternativo. O PSB se destacaria por opor-se aos nomes de Cunha ao mesmo tempo em que se colocaria como um perfil neutro. “Nós podemos representar um elo de unidade”, resume um deputado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.