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Prisão de Delcídio vai inviabilizar governo Dilma, avaliam senadores

Para o oposicionista Ronaldo Caiado, caso arrasta Planalto diretamente para a Lava Jato: 'Acabou o governo'

Por Felipe Frazão 25 nov 2015, 22h03

Autores de mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para garantir que o Senado promovesse uma votação aberta sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), os oposicionistas Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) avaliaram que o governo Dilma Rousseff não conseguirá mais se reequilibrar diante do agravamento da crise política.

“A agenda proposta pelo governo ao Legislativo está em risco. Não tem mais ambiente nem clima para votação de tema importante no Senado e nem na Câmara, pelos notórios acontecimentos do que ocorre lá”, disse Randolfe, em referência ao processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem apoio do governo. “A denúncia é de uma gravidade absurda, lamentável e me assustei com isso porque não é o perfil de quem nós conhecemos. Em especial vindo do senador Delcídio, nos surpreendeu. Mas diante de fatos não cabe a nós relações pessoais e corporativismos.”

O senador Ronaldo Caiado foi ainda mais contundente. Para ele, a prisão de Delcídio arrastou o governo Dilma Rousseff para a Lava Jato. “Acho que acabou o governo Dilma. Não existe mais o governo do PT. Como eles vão aprovar um ajuste fiscal? Que condição de credibilidade terão eles para apresentaram aqui, com tantas denúncias chegando no líder do governo, que fez parte da articulação de todos esses projetos. Depois da nota do PT dizendo que não terá solidariedade com ele, como se ele tivesse caído de paraquedas na liderança”, disse Caiado. Acho que teríamos de colocar os cargos à disposição e convocar novas eleições. Todos nós, Senado, Câmara e Presidência da República.

O democrata sugeriu que Delcídio estivesse agindo em defesa de outros investigados ao tentar negociar o silêncio do delator e ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, já condenado na Lava Jato. “Não acho que está reunião do senador Delcídio tenha sido para tratar exclusivamente de assunto pessoal dele, porque outros já foram citados e nem todos foram buscar uma situação para que o cidadão que fez a delação tivesse uma fuga ou a manutenção de sua família com uma mesada. Isso tem uma finalidade maior. Acredito que isso virá à tona.”

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Constrangido, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), tentou justificar a posição da bancada petista, que defendeu a votação secreta e, em seguida, votou em peso pela libertação de Delcídio. “As denúncias são graves e contundentes, mas entendemos que nesse momento era a preservação da independência e da autonomia entre os três poderes. Discutimos a autonomia e a inviolabilidade do mantado parlamentar, não a decisão do Supremo do ponto de vista do mérito. Não queremos questionar a interpretação do Supremo, mas achamos que há pelo menos dúvida no que diz respeito ao fato de ter havido um flagrante ou não”, disse.

Costa também procurou uma maneira de isolar os atos de Delcídio e a repercussão negativa que gerou ao governo Dilma em meio à crise política e econômica: “Nada do que consta como denúncias tem qualquer coisa a ver com o governo. O governo em nenhum momento patrocinou qualquer coisa pudesse significar uma ilegalidade. Nem o governo nem nós aqui respaldamos o que está dito nestas denúncias. Nem o governo, nem o partido, nem a bancada patrocinou qualquer ato errado de quem quer que seja”.

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