Pressionado, Feliciano cancela viagem à Bolívia
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara não vai mais visitar torcedores corintianos presos há 42 dias na cidade boliviana de Oruro
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP), cancelou a viagem que faria à Bolívia na próxima semana. O parlamentar havia agendado uma visita aos doze corintianos presos há 42 dias na cidade de Oruro após a morte do garoto Kevin Espada, em fevereiro. Mas, depois de mais uma conversa com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Feliciano desistiu da viagem.
Henrique Alves, a quem cabe regimentalmente o dever de autorizar as viagens em missão oficial, não estava muito disposto a permitir a saída de Feliciano; alegava que outros parlamentares já haviam tomado a iniciativa de visitar os torcedores. O presidente da Câmara tem feito críticas públicas à postura de Feliciano à frente da comissão.
O destino dos doze corintianos presos na Bolívia
VÍDEO: Os 12 corintianos presos na Bolívia
Jogos e preces: a vida dos corintianos presos em Oruro
A assessoria de Feliciano nega que a desistência tenha relação com a pressão de Alves pela sua renúncia ao cargo e diz que o próprio deputado resolveu adiar a viagem porque um outro grupo de parlamentares embarcou nesta sexta-feira para a Bolívia com o mesmo objetivo. A assessoria não descarta que o deputado visite os prisioneiros em outra ocasião.
O requerimento que trata da viagem à Bolívia foi sugerido por Feliciano e havia sido aprovado na última quarta-feira, em reunião da Comissão de Direitos Humanos. O deputado embarcaria provavelmente na noite da próxima terça-feira, acompanhado de Antônia Lúcia (PSC-AC), primeira vice-presidente da comissão, e Anderson Ferreira (PR-PE), terceiro vice-presidente.
STF – Feliciano tem depoimento marcado para esta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado é acusado de estelionato por não ter comparecido a dois cultos no Rio Grande do Sul após ter recebido 13 300 reais para participar dos eventos.
O ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, determinou que o depoimento deverá ocorrer a portas fechadas. A defesa de Feliciano afirma que o deputado se ausentou por razões de saúde, e diz que ele já devolveu o dinheiro.