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Prefeito elogiado no impeachment está foragido da Justiça

O filho de Ruy Muniz foi preso nesta quinta-feira. A deputada e esposa do prefeito, Raquel Muniz (PSD-MG) não se posicionou sobre o caso

Por Da redação
Atualizado em 16 set 2016, 12h12 - Publicado em 16 set 2016, 09h14

Elogiado pela mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), na sessão do impeachment na Câmara dos Deputados que votou pelo afastamento de Dilma Rousseff em abril, o prefeito afastado de Montes Claros Ruy Muniz (PSB) tornou-se foragido da Justiça, que decretou sua prisão na Operação Tolerância Zero, deflagrada nesta quinta-feira.

Ele foi alvo nesta quinta de mais um mandado de prisão, o segundo somente neste ano. Desta vez, porém, os policiais não o encontraram. A Polícia Civil de Minas foi cumprir o pedido de prisão por ordem da desembargadora Marcia Milanez, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Esta já é a terceira investigação contra Ruy Muniz, que somente em 2016 já foi alvo de duas operações da Polícia Federal, uma por suspeita de beneficiar hospitais privados ligados a ele e outra por suspeita de participar – junto com a mulher – de grupo que teria praticado fraudes tributárias e previdenciárias, estelionatos qualificados, desvio de recursos de entidades beneficentes de assistência social sem fins lucrativos e de verbas públicas federais.

A primeira operação da PF que o prendeu em 18 de abril, ocorreu um dia após a votação do impeachment na Câmara em que sua mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD), o elogiou. “Meu voto [no impeachment] é pra dizer que o Brasil tem jeito, o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”, disse a deputada antes de votar pelo afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Ele ficou detido até julho deste ano graças a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e, em meio às investigações, lançou sua candidatura para tentar a reeleição.  Por determinação do Tribunal de Justiça, a polícia prendeu o filho de Ruy Muniz, Ruy Gabriel Queiroz Muniz, um assessor e o diretor da Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização de Montes Claros (ESURB).

A desembargadora também determinou o afastamento de Ruy Muniz – que já estava afastado desde abril – e dos dois servidores da prefeitura de seus cargos. Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas residências e nos locais de trabalho dos oito investigados – incluindo Ruy Muniz e os outros três que tiveram a prisão decretada -, na sede da ESURB e em outras três empresas privadas.

As medidas atendem um pedido do Ministério Público de Minas Gerais que acusa Ruy Muniz de chefiar uma quadrilha que teria “capturado” a administração pública municipal “transformando-a refém dos seus escusos interesses”, diz o procurador de Justiça Cristovam Joaquim Filho no pedido de prisão.

Nesta investigação, o prefeito afastado, seu filho, os funcionários públicos e empresários são acusados de fraudes na compra de combustível pela ESURB beneficiando empresas e o próprio político.

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Ao acatar os pedidos de prisão e de buscas, a desembargadora entendeu que “há fortes indícios de envolvimento dos investigados em uma organização criminosa, estruturada e com divisão de tarefas, em que seus integrantes buscam obtenção de vantagens pecuniárias pela prática de crimes, especialmente desvios de verba pública”.

Apesar das investigações e do mandado de prisão, Muniz poderá reaparecer e fazer campanha eleitoral nas barbas da Polícia Civil de Minas a partir de sábado, dia 17. Candidato à reeleição em Montes Claros, ele poderá se beneficiar de uma regra da legislação eleitoral que diz que nos 15 dias que antecedem o pleito, marcado este ano para 2 de outubro, nenhum concorrente a cargo eletivo pode ser preso ou detido – salvo em caso de flagrante delito.

Procurada, a assessoria da prefeitura de Montes Claros informou que não iria comentar o caso. A reportagem também entrou em contato com o gabinete de Raquel Muniz, mas foi informado que a deputada ainda não tinha um posicionamento.

(Com Estadão Conteúdo)

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