“Por enquanto, é tudo muito vago”, diz FHC sobre delação
Tucano afirmou desconhecer doações por fora feitas pela empreiteira às suas campanhas ao Senado e à Presidência
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, em vídeo publicado em seu Faceboook, que não sabia das doações via caixa dois supostamente feitas pela Odebrecht às suas campanhas e que “tudo é muito vago” em relação às acusações contra ele .
Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Odebrecht, Emílio Odebrecht, relatou que FHC lhe pediu ajuda financeira quando concorreu ao Senado, na década de 80, e nas duas vezes em que disputou a Presidência, em 1994 e 1998. O pedido foi atendido e a verba chegou por dentro e por fora. “Com certeza teve ajuda de caixa oficial e não oficial. Se ele soube ou não (do caixa dois), eu não sei”, disse o delator.
“Isso nunca chegou ao meu conhecimento. Mas também não posso nem responder nada porque não conheço o texto do que realmente foi declarado, e se houve alguma referência específica do senhor Emílio”, disse FHC. “Então, é melhor tomar com calma e o que é importante: ir até o fundo das questões. A Lava Jato está colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa. Vamos colocá-las. Não tenho nada a esconder nem a temer. Por enquanto, não há nada muito específico. É tudo muito vago”, completou ele.
Em seu depoimento, Emílio disse ter conhecido FHC no fim da década de 70. Os dois estabeleceram uma relação de parceria. Enquanto FHC passou a defender projetos da empreiteira, o empreiteiro trabalhou para que o meio empresarial reduzisse suas reservas ao então presidente, visto naquela época como um líder de esquerda.