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Políticos unidos pelo medo: ninguém pune ninguém

Com 53 políticos investigados pela Lava-Jato no STF, Conselhos de Ética têm apenas um pedido de cassação em análise. Contra a moralidade, todos por um

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 28 abr 2018, 06h00 - Publicado em 28 abr 2018, 06h00

Quando as investigações da Operação Sanguessuga revelaram, em 2006, a participação de parlamentares na compra superfaturada de ambulâncias, o então presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, não esperou nem as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito para emitir uma nota em que dizia que expulsaria os deputados da sigla envolvidos no escândalo. A iniciativa não prosperou, mas foi fundamental para que um dos acusados se desfiliasse do partido. Bons tempos.

Doze anos depois da Sanguessuga, o presidente do PSDB mudou e o partido também. Diante da decisão, na semana passada, do Supremo Tribunal Federal (STF) de transformar o senador Aécio Neves em réu por corrupção passiva e obstrução da Justiça, Geraldo Alckmin limitou-se a pedir que ele não se candidate a nada. O ex-governador de São Paulo e atual presidente da sigla nem sequer chegou a discutir a hipótese de afastamento do correligionário. Nenhum tucano, exatamente como reagem os petistas quando seus correligionários são flagrados na lama, veio a público manifestar desconforto moral em dividir bancada com um senador processado no STF por corrupção.

A inação do PSDB não é exceção. Ao contrário. Conforme a Lava-­Jato foi evoluindo, virou regra a omissão dos partidos diante de quadros envolvidos em escândalos — e mesmo de parlamentares em relação a colegas do campo adversário pegos com a boca na botija. Com 53 políticos investigados pela Lava-­Jato no STF, há apenas um pedido de cassação de mandato referente à operação hoje em análise no Conselho de Ética da Câmara. Repetindo: apenas um. Desde 2014, quando teve início a maior operação de combate à corrupção do país, só oito pedidos do gênero foram protocolados. Trata-se de uma situação bem diferente da que se viu no escândalo do mensalão (2005) e dos sanguessugas, em que as CPIs criadas na Câmara e no Senado terminaram com relatórios que pediram a cassação de quase uma centena de parlamentares.

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