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‘Política não é muito da mulher’, diz presidente nacional do PSL

Luciano Bivar se declarou contrário à regra que determina um mínimo de 30% das candidaturas em eleições para o sexo feminino

Por Da Redação Atualizado em 11 fev 2019, 07h33 - Publicado em 11 fev 2019, 03h04

O fundador e presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, se declarou contrário à lei que estabelece uma cota mínima de candidaturas do sexo feminino para partidos em eleições. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada na edição deste domingo 10, ela afirmou: “[A política] não é muito da mulher. Eu não sou psicólogo, não. Mas eu sei isso”.

Na mesma entrevista, Bivar se defendeu sobre as acusações do jornal de que o partido, mesma sigla do presidente Jair Bolsonaro, utilizou uma “candidatura fantasma” nas eleições de 2018 para desviar 400 mil reais de recursos públicos em Pernambuco.

Denúncias recentes da mesma publicação apontaram quatro casos semelhantes em Minas Gerais, relacionado a desvios de verbas eleitorais para assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que também nega o uso ilegal de dinheiro público e a utilização de “laranjas” na disputa por cargos eleitorais.

Uma das declarações que mais repercutiram da entrevista do presidente nacional do PSL esteve relaciona à regra que determina que os partidos devem inscrever no mínimo 30% de mulheres entre suas candidaturas.

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“Você tem que ir pela vocação, tá certo? Tem que ir pela vocação. Se os homens preferem mais política do que a mulher, tá certo, paciência, é a vocação. Se você fizer uma eleição para bailarinos e colocar uma cota de 50% para homens, você ia perder belíssimas bailarinas, porque a vocação da mulher para bailarina é muito maior do que a de homem. Tem que ser aberto”, declarou Bivar.

Questionado pela reportagem se estava relacionando vocação política ao gênero dos candidatos, o presidente nacional do partido prosseguiu: “eu acho, é uma questão de vocação. Eu não sei na sua casa [da repórter que realizou a entrevista], se sua mãe gosta tanto de política quanto seu pai. Você tem que gostar porque é jornalista política. Mas se alguém fosse candidato na sua casa, estou aqui fazendo uma ilação, certamente seu pai seria candidato e sua mãe não seria. Ela tem outras preferências. Ela prefere ver o Jornal Nacional e criticar, do que entrar na vida partidária. Não é muito da mulher. Eu não sou psicólogo, não. Mas eu sei isso”.

No complemento da reposta, Bivar listou exceções em sua teoria: “Agora, quando as mulheres entram, elas têm sucesso enorme. E muito bem. Tem a Bia Kicis, que é extraordinária. Tem a Joyce [Hasselmann], que é formidável. Tem a Carla Zambelli, que é formidável, a Aline… Tem mulheres que dão de 10 a zero nos homens, até em mim. Mas não é a regra geral, tá certo? Você não pode fazer uma lei que submete o homem… Você não pode violentar o homem”.

Defesa sobre acusações de “candidaturas fantasmas”

As cotas para candidaturas do sexo feminino foram mencionadas quando Bivar apresentou sobre sua versão sobre a acusação de que o PSL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, utilizou mulheres como “candidatas fantasmas” para realizar desvios de dinheiro público nas eleições de 2019.

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A Folha de S. Paulo denunciou neste domingo o caso de Maria de Lourdes Paixão, secretária do partido que obteve apenas 274 votos e recebeu repasse de 400 mil reais para concorrer como deputada federal em Pernambuco, Estado de Bivar – dinheiro que teria sido desviado pelo partido. Segundo o jornal, um total de 380 mil reais foi gasto em uma gráfica que não existe.

Bivar negou que Paixão tenha sido uma “laranja” ou “candidata de fachada” e que o dinheiro foi utilizado dentro da legalidade. “R$ 400 mil? Uma campanha para deputado federal pode até R$ 2,5 milhões. Essa gráfica não existe? Não acredito. Vou ver isso aqui agora”, disse o político durante a entrevista. Ele, porém, não conseguiu contato no momento com ninguém do partido que pudesse comprovar a existência da gráfica, mas considerou a informação “capciosa”.

Na última semana, o mesmo jornal denunciou outros quatro casos de candidaturas de mulheres que teriam sido utilizadas como “laranjas” para desvios do PSL em Minas Gerais. A acusação, que envolve a assessores do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também foi negada pelo partido.

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