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Polícia acha bunker com dólares na casa da mulher de ex-corregedor de SP

Marcus Vinícius Vannucchi foi alvo da Operação Pecunia Non Olet, do Ministério Público do Estado

Por Da Redação
Atualizado em 7 jun 2019, 20h59 - Publicado em 7 jun 2019, 20h56

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo encontraram dólares e euros nesta sexta-feira, 7, em Itatiba (a 85 km da capital paulista), em um bunker -parede falsa- na casa da ex-mulher de Marcus Vinícius Vannucchi, ex-corregedor-geral da Secretaria Estadual da Fazenda do governo paulista.

De acordo com a Promotoria, eles se divorciaram somente no papel em 2016, para que o ex-corregedor pudesse ocultar seu patrimônio por meio de sua companheira.

As autoridades contabilizaram 180.302 dólares e 1.300 euros. Segundo os investigadores, além de dinheiro, documentos importantes para o inquérito foram encontrados.

Ele é suspeito de cobrar propina de fiscais que eram investigados pela Secretaria da Fazenda. Essa segunda busca e apreensão foi feita a partir de outra decisão judicial.

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Em busca anterior à casa de Olívia, já haviam sido encontrados 19 mil reais em espécie. Já no apartamento de Vannucchi, em São Paulo, foram encontrados 2 mil reais.

As investigações vêm ocorrendo desde março e apuram suspeitas das práticas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na decisão do juiz Pedro Luiz Fernandes Nery Rafael, que autorizou a prisão, ele ainda proíbe o ex-corregedor de exercer a atividade de fiscal tributário do estado ou entrar em contato com outros fiscais, bloqueia 37 imóveis de Vannucchi, de suas empresas e de seus familiares e suspende a atividade dessas firmas.

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O quadro apresentado pelos investigadores ao juiz aponta, segundo o magistrado, para “a possível existência de verdadeira associação criminosa encabeçada por Marcus (Vannucchi), que atua nas entranhas do Estado com a única finalidade de se beneficiar pessoalmente, contribuindo para o quadro constante de hemorragia interna de nossa República, que encontra-se econômica e moralmente em frangalhos.”

Vannucchi estava no cargo desde 2016, nomeado no governo Geraldo Alckmin (PSDB), e foi afastado a sete meses do fim de seu mandato, sob a justificativa de que “o próprio servidor apresentou à administração pedido para que cessasse sua designação, em razão de questões de ordem familiar”.

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, após a ordem de prisão ser lançada, “por motivos que não sabemos, coincidência ou não, ele foi exonerado do caso de corregedor”.

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Vannucchi é chamado pelo promotor de o “corrupto dos corruptos” —ou seja, a pessoa que, segundo ele, cobrava propina para não investigar funcionários públicos que, por sua vez, já haviam cobrado propina de empresas.

As investigações do Ministério Público apontaram que, após ele assumir o cargo, sua família teve uma “absurda evolução patrimonial”. Foram comprados 65 imóveis, parte deles foi negociada.

O então corregedor abriu processos administrativos contra servidores que se dispuseram a informar ao Ministério Público suspeitas de irregularidades dentro da Secretaria da Fazenda.

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Foi sob o comando de Vannucchi, por exemplo, que a corregedoria tentou demitir funcionário que ajudou o Ministério Público a investigar a chamada máfia do ICMS, acusada de cobrar propina de grandes empresas para reduzir a cobrança do tributo.

O funcionário teve que entrar na Justiça para se manter no cargo. Neste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que Poli Junior não deveria ser expulso e que sua conduta foi irrepreensível.

Vannucchi também tomou outras decisões questionadas internamente, como o arquivamento de processos administrativos relacionados a agentes tributários investigados em operações policiais.

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Em nota divulgada na quinta, a Secretaria da Fazenda e Planejamento informou que os fatos noticiados “serão objeto de procedimento de apuração administrativa, independentemente das investigações realizadas pelas autoridades policiais e pelo Ministério Público”.

“A Secretaria da Fazenda e Planejamento reitera que não compactua com condutas ilícitas por parte de seus servidores e mantém rigor na apuração das mesmas, e quando comprovadas, adota medidas punitivas rigorosas previstas em lei para situações da espécie”, diz o comunicado.

“Esclarece também que irá colaborar com as investigações e, como de costume, permanece à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.”

A reportagem não localizou a defesa do ex-corregedor.

(com Estadão Conteúdo)

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