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PMDB insatisfeito com espaço no governo do… PMDB

Bancada peemedebista da Câmara demonstrou insatisfação com os ministérios oferecidos pelo vice-presidente

Por Da Redação 4 Maio 2016, 14h48

A costura feita pelo vice-presidente Michel Temer para montar uma ampla base de apoio em seu eventual governo tem provocado insatisfação até mesmo na bancada de seu partido na Câmara dos Deputados. A proposta colocada à mesa por Temer entrega aos deputados peemedebistas um espaço de menor tamanho e influência que o dado por Dilma Rousseff em sua gestão: duas pastas, enquanto a petista reservou três ao grupo, entre eles o cobiçado Ministério da Saúde, que agora deve ir para as mãos do PP. O arranjo irritou parte do PMDB. “Do jeito que está, nós vamos ficar no rabo do cometa”, resume um peemedebista.

Em constante alteração, o loteamento no eventual governo Temer prevê o Ministério do Esporte e o do Desenvolvimento Social para a bancada da Câmara, que, até recentemente, estava à frente de Saúde, Ciência e Tecnologia e Secretaria de Aviação Civil. Forte candidato para assumir o Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo programa Bolsa Família, é o deputado Osmar Terra (RS). Um dos principais nomes pró-impeachment na Casa, Terra, que é médico, ainda tenta convencer Temer a lhe ceder a Saúde. O PP, de outro lado, pressiona para emplacar o cirurgião Raul Cutait ou um deputado na cadeira.

Em ano olímpico, o imbróglio também atinge o Esporte. A pasta havia sido prometida por Temer ao PMDB do Rio de Janeiro, em um acordo para o diretório fechar questão pelo impeachment de Dilma Rousseff, sendo entregue ao filho do ex-governador Sérgio Cabral, Marco Antônio Cabral, atual Secretário de Esporte do Rio. O entendimento entre os deputados, então, era o de que o ministério seria da cota de Temer, o que exigiria mais uma oferta para a bancada na Câmara. Nos bastidores, afirma-se que o vice-presidente, para resolver o impasse, ofereceu na noite desta terça-feira o posto ao líder Leonardo Picciani (RJ), que teria recusado. Picciani foi enquadrado após não ter apoiado o impeachment de Dilma, e seus aliados avaliam a oferta como uma forma de isolá-lo ainda mais e alocar um nome mais próximo da “ala rebelde” na liderança.

Um possível acordo para minimizar o impasse passaria pela manutenção do Ministério da Saúde ou com a concessão de mais uma pasta para a bancada. A Secretaria de Portos, que tem status de ministério e era da cota do PMDB do Senado no governo Dilma, está sendo pleiteada.

A insatisfação ainda vai além da Esplanada dos Ministérios. Deputados peemedebistas questionam a intenção de que a liderança do governo na Câmara, cargo que tem trânsito direto entre o Planalto e os congressistas, também fique fora da legenda. São estudados para o posto os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e André Moura (PSC-SE), nomes ligados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Se antes Temer prometia enxugar a máquina pública, agora ele depara com a pressão daqueles que apoiaram o impeachment para ser beneficiados com cargos. O corte drástico já não será mais possível e ainda deve ser adiado. A Eduardo Cunha é creditada parte da responsabilidade pelas ofertas maiores que o espaço. Para emplacar o afastamento de Dilma e ainda se sustentar no cargo, Cunha teria oferecido espaços privilegiados a partidos que até pouco tempo eram aliados de Dilma, como o PP, PR e PSD, que agora cobram a fatura. Cunha é réu na Lava Jato e responde a processo no Conselho de Ética pelo envolvimento no escândalo da Petrobras, contando com essas legendas para fugir da cassação.

Em busca de uma ampla coalizão, Temer ainda tenta acomodar no alto escalão partidos como o PSB, DEM, PPS e PSDB. Os cargos de confiança, como o Ministério do Planejamento e a articulação política, permanecerão com seus aliados peemedebistas.

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