A nomeação do deputado Mauro Lopes (MG) à Secretaria de Aviação Civil (SAC) provocou um racha na bancada do PMDB na Câmara. A ala que defende uma debandada geral do partido nos cargos do governo, da qual faz parte o ex-ministro da SAC, Eliseu Padilha, prepara um pedido de desfiliação de Lopes caso ele assuma a cadeira. Isso porque a convenção do PMDB aprovou, no último sábado, moção que impede que novos peemedebistas sejam empossados em ministérios até que o fim da aliança com o governo seja avaliado, o que deve ocorrer em até trinta dias. Já o grupo que quer continuar a reboque da gestão Dilma Rousseff já articula o contra-ataque: se houver retaliação a Mauro Lopes, eles vão acusar o ex-ministro de também ter sido beneficiado pelo governo após a convenção do PMDB. Nesta segunda-feira, Dilma encaminhou ao Senado a nomeação de Juliano Noman, um nome considerado da cota do peemedebista, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Foi justamente o impasse em torno da promoção de Noman que fez Padilha deixar o ministério em dezembro do ano passado. À época, a pedido de Padilha, Noman havia sido indicado por Dilma para a Anac, mas em seguida teve o nome barrado pela Casa Civil, o que irritou o peemedebista e levou ao seu desembarque do governo. Ou seja, para o grupo do PMDB que quer ver Mauro Lopes despachando no ministério, se ele for impedido de sentar na cadeira, o aliado de Padilha também deve ser barrado. (Marcela Mattos, de Brasília)