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Plano do PT para isolar Ciro Gomes beneficia adversários – até Bolsonaro

Fora de coligação, socialistas perdem controle sobre tempo de televisão, que será distribuído proporcionalmente entre todas as candidaturas

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 ago 2018, 16h20 - Publicado em 2 ago 2018, 11h59

Depois de dias de negociações, o PT conseguiu nesta quarta-feira (1º) a promessa de que o PSB permanecerá neutro no primeiro turno das eleições, rejeitando uma coligação com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), considerada essencial para que o pedetista tivesse mais tempo no rádio e na televisão. Mas se Ciro é o grande prejudicado, os beneficiados são todos os demais candidatos, incluindo os de direita, a exemplo de Jair Bolsonaro (PSL).

O motivo é que, como o PSB não estará em nenhuma coligação – nem na de Ciro, nem na do PT – os cerca de 50 segundos a que o partido tem direito em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos para a campanha dos presidenciáveis serão distribuídos entre todos os adversários. No inciso 6, artigo 48, da resolução das eleições 2018 está claro: “Na distribuição do tempo para o horário eleitoral gratuito em rede, as sobras e os excessos devem ser compensados entre os partidos políticos e as coligações concorrentes, respeitando-se o horário reservado para a propaganda eleitoral gratuita”.

O tempo de televisão de partidos que não se posicionarem, o que deve ser o caso dos socialistas, são contados como “sobras”, assim como o excesso do tempo de coligações com mais de seis partidos. “Na prática, não é vantagem nem para o PT nem para o PSB, porque, neutro, o partido não está fora de coligações e não pode determinar o que ocorre com seu tempo”, explicou o advogado Marcellus Ferreira Pinto, do escritório Nelson Willians Advogados Associados.

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“O PSB perde espaço de divulgação do próprio partido e, se não adere à coligação, não soma ao do PT. Na prática, a decisão mais prejudica o Ciro do que beneficia o PT”, completou. Durante entrevista ao programa Central das Eleições, da GloboNews, o candidato do PDT falou sobre a postura do partido. “O nível de radicalismo e de miudice com que eles [do PT] passaram a me tratar de um tempo pra cá a mim me surpreendeu, porque não sei o que eu fiz para merecer isso”.

Uma aliança de Ciro com o PSB era vista como um acordo com potencial de transformá-lo em principal representante da esquerda nas eleições, dada a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, apesar de liderar as pesquisas, é virtualmente inelegível pelo atual entendimento da Lei da Ficha Limpa.

Impedindo o acerto, mesmo que dê mais espaço de divulgação para adversários de todas as tendências, o PT isola Ciro e retoma a liderança do campo de esquerda, tentando ainda formalizar uma coligação com o PCdoB, da candidata Manuela D’Ávila, que pode acabar como vice de um candidato petista.

É preciso deixar claro que, até o final da semana, a situação pode mudar: retirados das suas disputas para proporcionar o acordo, os pré-candidatos do PSB ao governo de Minas, Márcio Lacerda, e do PT ao governo de Pernambuco, Marília Arraes, prometem brigar para concorrer. Se conseguirem, tem potencial para azedar o acerto entre socialistas e petistas.

A divisão do tempo do PSB, a se confirmar no próximo domingo a neutralidade, vai ocorrer ao final do registro das candidaturas, em 15 de agosto. Outro partido que decidiu pela neutralidade foi o PMN, que recusou em convenção a pré-candidatura da jornalista Valéria Monteiro. Até o momento, a única coligação que deve ter “sobras” é a de Geraldo Alckmin (PSDB), que fechou com nove partidos, mas só poderá aproveitar o tempo de televisão das seis maiores legendas.

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