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PGR denuncia Cachoeira por ter ‘alugado’ mandato de ex-deputado

O contraventor pagou, em 2011, um 'mensalinho' ao ex-deputado Carlos Alberto Leréia da Silva (PSDB-GO) para que o parlamentar o beneficiasse

Por Da redação
26 out 2016, 10h07

O Ministério Público Federal em Goiás denunciou à Justiça o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-deputado federal Carlos Alberto Leréia da Silva (PSDB-GO). Cachoeira é acusado de corrupção ativa e Leréia, de corrupção passiva.

Segundo a denúncia, apresentada na sexta-feira, mas divulgada nesta terça, Cachoeira pagou, em 2011, quase que mensalmente, valores entre 20.000 e 25.000 reais ao então deputado tucano. A Procuradoria sustenta que o contraventor, na prática, “alugou o mandato parlamentar do amigo Leréia, mediante propina”, para que o parlamentar usasse seu mandato para atender aos interesses da organização criminosa comandada por Cachoeira ou praticar outros atos ilícitos de seu interesse.

Os “mensalinhos”, como denominou a PGR, foram realizados por pessoas de confiança de Cachoeira, a mando dele. Além desses pagamentos, Cachoeira chegou a emprestar seu cartão de crédito, em certa ocasião, para que Leréia pudesse gastar o dinheiro, inclusive com o fornecimento de senha e código de segurança.

Laréia usou seu mandato para beneficiar Cachoeira em ao menos cinco oportunidades distintas. A Procuradoria destaca uma ocasião em que, a pedido de Cachoeira, o ex-deputado parou de levantar publicamente suspeitas e questionar a licitude da licitação realizada pelo DNIT para duplicação da rodovia BR-060 (trecho Goiânia/GO–Jataí/GO), aparentemente alvo de fraude à licitação, de que participou a construtora Delta, de Fernando Cavendish, da qual Cachoeira era sócio oculto em contratos ilicitamente obtidos junto ao Governo de Goiás. “Leréia atendeu à solicitação, omitindo-se no dever de fiscalizar contratos do Poder Executivo (prerrogativa e dever parlamentar), para não prejudicar os interesses econômicos ilícitos de Cachoeira” sustenta a PGR.

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O ex-deputado também conseguiu a nomeação ou a manutenção em cargos públicos no governo do estado de Goiás de pessoas indicadas pelo contraventor. outra oportunidade em que ajudou Cachoeira foi quando exerceu o cargo de presidente da Comissão Permanente de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o então deputado agilizou procedimentos de retirada de vistos para os Estados Unidos a pessoas ligadas a Cachoeira.

O caso é um desdobramento da Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro de 2012 e que tinha como objetivo desarticular uma organização, comandada por Cachoeira, que explorava máquinas de caça-níqueis em Goiás. A ação estava sob apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas retornou à primeira instância depois que Leréia perdeu o foro privilegiado com o fim do seu mandato, em 2015.

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