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PF vai exigir imagens de hotel para investigar caixa dois de Cabral

Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) deve ser interrogado em até 60 dias. Delator do petrolão, Paulo Roberto Costa disse ter levantado 30 milhões de reais em doações clandestinas para campanha de 2010

Por Daniel Haidar
12 mar 2015, 21h49

A Polícia Federal vai solicitar ao Hotel Caesar Park, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, imagens e registros de entrada e saída do local no primeiro semestre de 2010. O objetivo é localizar provas documentais do encontro do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa com o ex-secretário estadual da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner. O caso é investigado porque Costa afirmou em depoimento, no âmbito de acordo de delação premiada, que se encontrou com Fichtner no hotel de Ipanema para tratar da arrecadação de 30 milhões de reais destinados a caixa dois da campanha de reeleição do então governador Sérgio Cabral (PMDB), e do vice Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 2010.

Os recursos foram angariados com empresas contratadas na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras.O inquérito para investigar se houve corrupção e lavagem de dinheiro foi aberto nesta quinta-feira por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, solicitou que a Polícia Federal interrogue em até 60 dias o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário Régis Fichtner e os executivos supostamente envolvidos nas doações clandestinas.

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Entre os empresários, devem ser ouvidos Cláudio Lima Freire, da Skanska; José Aldemário Pinheiro Filho, da OAS; Ricardo Pessoa, da UTC; César Luis de Godoy Pereira, da Alusa; Ricardo Ourique Marques, da Techint; e Rogério de Araújo e Márcio Faria da Silva, da Odebrecht. Pessoa e Pinheiro Filho estão presos na carceragem da Polícia Federal de Curitiba desde 14 de novembro.

Já o atual governador Luiz Fernando Pezão pode prestar esclarecimentos por escrito, se tiver interesse. Pezão possui foro privilegiado e qualquer depoimento formal seu precisa ser autorizado pelo STJ, o que não foi requisitado até agora. Se, posteriormente, houver apresentação de denúncia contra ele, só será aberta ação penal se for aprovada por maioria na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde o governador goza de apoio majoritário. Uma eventual blindagem pelos deputados estaduais preocupa o Ministério Público.

Doações de campanha – O Ministério Público também requisitou que a Polícia Federal faça a análise das doações oficiais realizadas para a campanha de Cabral e Pezão em 2010. Como destaca a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko no pedido de investigação, houve contribuições oficiais das empresas, embora, segundo a denúncia do delator, também tenham sido realizadas contribuições clandestinas. Alusa (500.000 reais), Odebrecht (200.000 reais) e UTC (1 milhão de reais) doaram ao comitê financeiro único do PMDB do Rio de Janeiro. Já a OAS doou 400.000 reais ao comitê financeiro da Direção Estadual do PMDB e 1 milhão de reais ao Comitê Financeiro da chapa Sérgio Cabral/Luiz Fernando Pezão.

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Mesmo as doações oficiais são investigadas porque recursos desviados da Petrobras eram repassados aos políticos e partidos na forma de contribuições registradas no TSE, de acordo com as revelações dos delatores da Operação Lava Jato.Todas as diligências foram autorizadas em decisão do ministro Luís Felipe Salomão, responsável pelos desdobramentos da Operação Lava Jato no STJ.

De acordo com depoimento de Paulo Roberto Costa, ele foi chamado diretamente pelo então governador Sergio Cabral para discutir contribuições de campanha à reeleição. No encontro, estavam presentes Pezão e o então secretário Regis Fichtner. Depois dessa primeira reunião, Costa disse que voltou a se encontrar com Fichtner no hotel Caesar Park, em Ipanema. Coube ao ex-diretor da Petrobras solicitar dinheiro para o caixa dois do peemedebista com empreiteiras que atuavam no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como a Skanska, a Alusa e a Techint. Segundo o delator, o consócio Conpar, formado pela Odebrecht, UTC e OAS, desembolsou sozinho metade do caixa dois: 15 milhões de reais.

Em nota, Fichtner nega que tenha se encontrado com Costa para tratar de doações clandestinas. Pezão e Cabral também negam o pedido.

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