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PF pediu buscas em endereços de Carlos Marun, mas Fachin negou

Investigadores suspeitam que Marun tenha ligação com fraudes no Ministério do Trabalho. Ministro do Supremo acatou manifestação da PGR

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 5 jul 2018, 21h15 - Publicado em 5 jul 2018, 19h40

A Polícia Federal pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprir um mandado de busca e apreensão em endereços do ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB-MS), no âmbito da Operação Registro Espúrio. A PF deflagrou, nesta quinta-feira, 5, a terceira fase da investigação, que apura fraudes na emissão de registros sindicais pela Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho.

Segundo os investigadores, o mandado de busca que mirava Marun tinha como objetivo avançar na apuração sobre a suspeita de que o ministro mantinha relação com a organização criminosa. Fachin, no entanto, negou o pedido da PF ao acatar posicionamento da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Para a chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), ainda não há indícios da participação de Carlos Marun nos crimes investigados pela Registro Espúrio.

O posicionamento de Edson Fachin sobre Marun se deu no mesmo despacho em que ele autorizou o afastamento de Helton Yomura, ministro do Trabalho, do cargo.

Ao solicitar busca e apreensão contra Marun e sua chefe de gabinete, Vivianne Melo, a PF citou conversas de alvos da operação que foram interceptadas. Essas conversas, segundo a PF, revelam que o ministro se valia de sua posição e cargo político para solicitar registros sindicais a entidades de seu interesse.

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A PF cita mensagens entre a chefe de gabinete do ministro e o ex-coordenador de registro sindical o Ministério do Trabalho Renato Araújo, preso na primeira fase da Registro Espúrio. De acordo com a PF, essas conversas revelam a ingerência e demandas apresentadas pelo emedebista na pasta.

No caso citado pelos investigadores, Marun estaria atuando em favor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias e Cooperativas de Carnes e Derivados, Indústrias da Alimentação de São Gabriel do Oeste (Sintrael). A entidade é de Mato Grosso do Sul, base eleitoral de Marun.

Nas mensagens citadas pela PF, também aparece Júlio de Souza Bernardo, chefe de gabinete de Yomura. Bernardo foi preso hoje e o ministro afastado do Trabalho, alvo de busca e apreensão e afastado do cargo, prestou depoimento. Para a PF, as mensagens entre Júlio Bernardo e Renato Araújo mostram que o chefe de gabinete do ministro do Trabalho estaria sendo cobrado para atuar de acordo com os interesses de Carlos Marun.

Defesas

Em entrevista no Palácio do Planalto no final da tarde desta quinta-feira, Carlos Marun reagiu irritado à Operação Registro Espúrio da Polícia Federal que o associou a um suposto esquema de fraudes de registros sindicais. “Estou sendo enxovalhado por causa de uma safadeza”, afirmou. Ao ler uma nota em sua defesa, Marun alegou que “nunca pisou” no Ministério do Trabalho, mas admitiu que mandou, num procedimento de “rotina”, uma assessora acompanhar sindicalistas de Mato Grosso do Sul numa visita à pasta.

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“Solicitei a uma assessora que acompanhasse esses sindicalistas ao Ministério do Trabalho para que fosse verificada possibilidade ou não às reivindicações apresentadas, uma coisa de rotina que faço diariamente em relação a várias questões”, disse. “Agora, um ato de rotina é usado de forma nefasta no sentido de denegrir minha honra e de meus familiares”, completou o emedebista, que classificou a investigação contra ele como “uma conspiração asquerosa contra governo e o presidente Temer.”

A defesa do ministro afastado do Trabalho, Helton Yomura, negou nesta quinta-feira, 5, que ele tenha cometido qualquer irregularidade. “O ministro do Trabalho Helton Yomura adotou rigorosas providências institucionais para a garantia do interesse público, podendo se destacar: exoneração imediata de todos os servidores sob investigação, abertura de sindicância e processos administrativos para averiguação dos fatos e suspensão de todos os atos que pudessem provocar repercussões no âmbito da investigação”, afirmaram, em nota, os advogados César Caputo Guimarães e André Hespanhol.

Os defensores afirmam que recorrerão contra a decisão de Edson Fachin que afastou Yomura. “Tendo a certeza de não ter cometido nenhum ato ilícito e que suas ações correspondem a uma política de valorização dos trabalhadores e das instituições, o ministro Helton Yomura, mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”, afirma.

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