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PF pede transferência de 14 detentos da Lava Jato para presídio estadual

Onze executivos de empreiteiras só foram mantidos na carceragem da PF, porque precisam ser deslocados quase diariamente para audiências

Por Daniel Haidar
20 mar 2015, 22h10

O superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, solicitou ao juiz Sérgio Moro nesta sexta-feira que 14 presos da Operação Lava Jato sejam transferidos para o Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais. Se autorizada a transferência, sócios e executivos de empreiteiras serão levados para a penitenciária estadual.

O pedido foi feito porque a carceragem da Polícia Federal em Curitiba estava sem espaço, por abrigar tantos presos da Operação Lava Jato. O superintendente argumenta que “está ficando inviável” acomodá-los.

“Com as novas prisões que ocorreram em 16 de março de 2015 e outras que por acaso possam ocorrem nos desdobramentos da Operação Lava Jato, já está ficando inviável ficarmos com todos os presos na nossa Custódia, tendo em vista que alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em apenas seis celas”, afirmou Franco na petição enviada à Justiça Federal do Paraná.

Os executivos das empreiteiras não querem, de forma alguma, ser transferidos. Em uma cadeia comum, terão de se misturar a outros detentos e perder as condições de conforto que usufruem na sede da PF em Curitiba. E estarão ainda expostos à violência – o Complexo Médico-Penal do Paraná teve uma rebelião no fim de 2013, por exemplo.

Em inspeção do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal no Paraná, todos os executivos de empreiteiras disseram aos procuradores da república que preferiam permanecer detidos na carceragem da PF. Com direito a receber de familiares e advogados produtos como barras de chocolate, biscoitos, garrafas de água de marcas premium, eles manifestaram interesse em permanecer no local. “Sérgio (Mendes, da Mendes Júnior) disse que tem ‘visto notícias que saíram no jornal e que elas não efetivamente saíram da gente , que a gente não tem interesse nisso”, diz um trecho do relatório produzido pelo Ministério Público no fim de fevereiro, a que o site de VEJA teve acesso.

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Cinco celas – Ferreira Franco mencionou que, após visita ao Complexo Médico-Penal do Paraná na quinta-feira, a Polícia Federal foi informada que havia espaço para os detentos da Lava Jato em cinco celas, com capacidade para três presos em cada uma, o que permite a transferência dos 14 detentos.

Onze executivos das empreiteiras só foram mantidos até agora na carceragem da PF porque ainda precisam ser deslocadosquase diariamente, até 27 de março, para diversas audiências na sede da Justiça Federal em Curitiba.

Das empreiteiras que participavam do esquema de corrupção na Petrobras, estão presos na carceragem da PF em Curitiba: Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Hermelino Leite, Erton Medeiros Fonseca, Gerson de Mello Almada, João Ricardo Auler, José Aldemário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Matheus Coutinho de Sá Oliveira, Ricardo Ribeiro Pessoa e Sérgio Cunha Mendes.

Quatro operadores (Fernando Soares, Mário Góes, Adir Assad e Alberto Youssef) do petrolão e dois ex-diretores da estatal (Renato Duque e Nestor Cerveró) também estão no local.

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Nelma Kodama e Iara Galdino, já condenadas, voltaram ao núcleo de custódia da PF, após ficarem longo período em presídio estadual, e não devem ser transferidas.Também não devem ser retirados Eduardo Leite e Dalton Avancini, que terminaram de prestar depoimentos em acordo de delação premiada na semana passada e devem passar a responder em liberdade nos próximos dias. O doleiro Alberto Youssef também deve permanecer na superintendência policial.

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