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PF pede para incluir Temer e 2 ministros em inquérito sobre PMDB

Para delegado, delações da JBS mostraram que presidente, Eliseu Padilha e Moreira Franco também participavam do esquema de cobrança de propina pelo partido

Por Da Redação
4 jul 2017, 22h00

A Polícia Federal pediu, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), todos do PMDB, sejam incluídos no rol de investigados de um inquérito já instaurado contra o partido na Câmara dos Deputados no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso ao relatório, o processo em questão possui atualmente 15 investigados, entre eles o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro, o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a ex-prefeita de Rio Bonito (RJ) Solange Almeida, aliada de Cunha, e o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um dos delatores da Lava Jato e tido como operador do PMDB.

O delegado Marlon Oliveira Cajado dos Santos, da PF, citou, em despacho assinado em 26 de junho,  a delação premiada fechada pelos executivos da JBS, especialmente o trecho em que o empresário Joesley Batista diz a Temer que estaria fazendo pagamentos a Cunha e Funaro para mantê-los em silêncio.

O delegado observou que surgiram “novos relatos” que confirmaram as atuações do PMDB da Câmara na Caixa Econômica Federal, “citando o suposto envolvimento de outras pessoas com foro originário no STF”, entre elas Temer, Padilha e Moreira Franco. O relator do inquérito, Edson Fachin, deve decidir se inclui Temer e os dois ministros no rol de investigados depois do recesso do Judiciário, que vai até 31 de julho.

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Em depoimento no início de junho, Funaro disse à PF que Temer fez uma “orientação/pedido” para que uma “comissão” de R$ 20 milhões proveniente de duas operações do Fundo de Investimento do FGTS fosse encaminhada para a sua campanha presidencial de 2014 e, também, para a de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

A ligação de Temer com as investigações sobre corrupção envolvendo caciques do PMDB, principalmente aqueles oriundos da Câmara, já foi levantada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na denúncia feita por ele contra o presidente por corrupção passiva.

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Janot deve fazer ainda mais duas denúncias, uma por obstrução de justiça e outra por pertencimento a organização criminosa – nesta última, ele vai insistir na tese de que o grupo criminoso formado pelo PMDB na Câmara chegou ao Palácio do Planalto com a posse de Temer no cargo.

Marcelo Odebrecht

Em depoimento prestado nesta terça-feira ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Curitiba, o empresário Marcelo Odebrecht disse ter ouvido de outro ex-diretor da companhia, Claudio Melo Filho, que Temer também participaria de esquema com Cunha e Henrique Alves para cobrar propina na liberação de recursos do fundo FI-FGTS, da Caixa Econômica Federal.

Odebrecht, no entanto, fez questão de dizer, segundo o Jornal Nacional, que não poderia comprovar nada – apenas que isso tinha sido dito pelo seu ex-colega de diretoria na Odebrecht. Ele foi relacionado como testemunha de defesa pelo doleiro Lúcio Funaro, réu no processo decorrente da Operação Sépsis, que investiga o esquema na Caixa, e tido como doleiro de Eduardo Cunha, réu na mesma ação.

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Cunha arrolou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como testemunha de defesa. O petista também foi ouvido pelo juiz nesta terça-feira, por videoconferência, e negou, segundo o Jornal Nacional, que tivesse conhecimento de alguma irregularidade cometida pelo ex-presidente da Câmara na Caixa.

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