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PF indicia Wagner Rossi como chefe de quadrilha

Ex-ministro da Agricultura foi responsável por fraude que desviou 2,72 milhões de reais de programa de capacitação de servidores

Por Da Redação
31 out 2011, 08h20

Relatório de quarenta páginas da Polícia Federal descreve o modus operandi do ex-ministro Wagner Rossi (Agricultura), apontado como “líder da organização criminosa” que teria arquitetado fraude no Programa Anual de Educação Continuada (Paec) – capacitação de servidores – para desvio de 2,72 milhões de reais. A PF vai indiciá-lo criminalmente nesta semana, imputando a ele formação de quadrilha, peculato e fraude à Lei de Licitações.

Segundo o relatório, a investigação descobriu “verdadeira organização criminosa enraizada no seio do Ministério da Agricultura”. A PF sustenta que “os investigados, muitos travestidos de servidores públicos, atuavam no âmbito de uma estrutura complexa e bem definida, agindo com o firme propósito de desviar recursos da União”.

Rossi foi o quarto ministro do governo Dilma Rousseff a perder o cargo. Ele caiu em agosto, após denúncias de tráfico de influência, falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e distribuição de propinas a funcionários que teriam participado do procedimento administrativo que ensejou a contratação da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP.

Lobista – O relatório é subscrito pelo delegado Leo Garrido de Salles Meira. Além do ex-ministro, ele decidiu indiciar outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete Milton Elias Ortolan. A PF confirmou reportagem de VEJA, que revelou que o lobista Júlio César Fróes Fialho detinha poderes excepcionais no ministério, embora não tivesse vínculo formal com a pasta.

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“Toda a trama inicia-se com a associação do lobista com a cúpula do Ministério da Agricultura”, assinala a PF. “O plano consistiria em direcionar a execução do programa de capacitação de servidores para determinada instituição de ensino, da qual seria exigida vultosa quantia.” A PF destaca que Rossi, Ortolan e Fróes “dando prosseguimento à trama delituosa, associaram-se a dois professores da PUC”.

O lobista teria exigido contrapartida de 28% do valor bruto do contrato. Segundo a PF, “a organização criminosa, quando se viu compelida pela consultoria jurídica a efetivar uma pesquisa de preço para dar respaldo à contratação da PUC-SP por dispensa de licitação, passou a forjar diversos documentos”.

Para a PF, os gestores da Fundasp “foram ludibriados”. O plano falhou quando a servidora Joana Luiza Gonçalves da Silva exigiu apresentação de notas fiscais, o que teria provocado intervenção direta de Rossi.

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Defesa – O criminalista Claudio Pimentel, que defende Wagner Rossi, disse que recebeu “com muita surpresa” a informação sobre o indiciamento do ex-ministro. “Respeito a decisão, mas acho o indiciamento totalmente precipitado. O ministro sequer foi ouvido”, disse Pimentel. “Vamos comparecer ao depoimento e dar todas as explicações.” Ele avalia como “açodado” o enquadramento por quadrilha, peculato e fraude à licitação. “O ministro é citado apenas duas vezes por duas testemunhas inconfiáveis.”

O criminalista José Luís de Oliveira Lima, que defende Milton Ortolan, reagiu. “É inaceitável tomar conhecimento desse despacho de indiciamento pela imprensa. Acho estranho que a autoridade determine o indiciamento sem sequer ter ouvido as explicações do meu cliente.” Júlio Fróes não foi localizado.

(Com Agência Estado)

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