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PF conclui perícia financeira e patrimonial de filhos de Lula

Luís Cláudio, o caçula, teve variação de patrimônio acima dos recursos declarados à Receita Federal, o que não ocorreu com Fábio Luís, o Lulinha

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 out 2016, 19h45

A Polícia Federal concluiu a perícia financeira e patrimonial de Luís Cláudio Lula da Silva e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, ambos filhos do ex-presidente Lula. O departamento técnico da PF analisou a compatibilidade entre as movimentações financeiras e os rendimentos de Fábio Luís e Luís Cláudio entre os anos de 2011 e 2014 e produziu um relatório, destinado ao delegado Márcio Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, que em agosto havia solicitado a perícia. O resultado aponta que Luís Cláudio Lula da Silva teve variação patrimonial a descoberto, ou seja, seu patrimônio superou os recursos declarados à Receita Federal, entre os anos de 2011 e 2013 e no acumulado dos quatro anos analisados. Quanto a Fábio Luís, não se detectou o mesmo problema.

A perícia destaca que, no ano de 2013, gastos de 300.000 reais em cartões de crédito foram superiores às fontes de receitas declaradas por Luís Cláudio à Receita. “A evolução patrimonial a descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores a R$ 200 mil, quantia essa significativa frente à posição patrimonial do investigado”. Em 2014 os gastos a crédito também foram maiores que seus recursos.

“Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 a 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing, R$ 100 mil de pessoas físicas R$ 200 mil da Sra. Marisa Leticia”, enumera o relatório da Polícia Federal.

Luís Cláudio Lula da Silva é investigado na Operação Zelotes por sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, ter recebido 2,4 milhões de reais do escritório de lobby Marcondes Mautoni por uma consultoria que, descobriu-se depois, não passou de material copiado da internetA contratante do filho do petista é suspeita de atuar pela aprovação da Medida Provisória 471, que em 2009, durante o governo Lula, prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos.

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Fábio Luís, filho primogênito de Lula, a quem o ex-presidente já se referiu como “Ronaldinho dos negócios”, não mostrou discrepâncias entre gastos e fontes de recurso. “Frente às informações prestadas ao fisco federal, demais dados apresentados para exame, foi constatado que evolução patrimonial do Sr° Fábio Luis Lula da Silva formalmente compatível com as sobras financeiras correspondentes, no período compreendido entre os anos de 2004 2014”, escreveu o perito da PF.

Ele pontuou, no entanto, que a distribuição de lucros da G4 Entretenimento e Tecnologia entre 2004 e 2014, que renderam 3,8 milhões de reais a Lulinha, não respeitaram, em diversos anos, a composição societária da empresa. “Não obstante possuísse 50% das quotas da G4, no ano de 2012, Fábio recebeu 100% da distribuição de lucros, no valor de R$ 750.000,00. No ano de 2013, recebeu aproximadamente 96%, no valor de R$ 1.120.000,00. No ano de 2014, distribuição favor do investigado foi no percentual aproximado de 62%, perfazendo valor de R$ 1.041.655”.

A PF também ressalta que não detectou pagamentos de aluguel de Lulinha a Jonas Suassuna, dono do apartamento onde o filho de Lula mora em Moema, região nobre de São Paulo. Treze pagamentos de 15.000 reais de Fábio Luís a Suassuna, seu sócio na Gamecorp, não seriam suficientes, segundo a PF, para bancar o aluguel do imóvel. “Pesquisa na internet apontou que um aluguel no edifício localizado neste endereço teria um elevado valor. A pesquisa retornou em um imóvel totalmente mobiliado com aluguel mensal de R$ 40.000,00. Nas declarações Sr. Fábio Luís Lula da Silva não há registro de pagamento de aluguel ao Sr. Jonas Leite Suassuna Filho, também não consta imóvel como sendo pertencente Fábio Luis Lula da Silva”.

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