Filiado ao Diretório Municipal do PT em Curitiba desde junho de 1986, Clauir Luiz Santos, 56 anos, entrou no radar das investigações da Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal rastreia um manancial de pagamentos da Superintendência Nacional de Marketing da Caixa Econômica Federal, comandada por Santos, para empresas que abasteceram o bolso do ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR). O propinoduto foi garantido por contratos da Borghi Lowe, uma das quatro agências de marketing responsável pelo atendimento da Caixa Econômica Federal. Por ordem do gaúcho Ricardo Hoffmann, chefe do escritório da Borghi Lowe em Brasília, parte do dinheiro faturado pela agência saía do banco e ia parar em contas de empresas dos irmãos de Vargas após operações trianguladas. O dinheiro saía da estatal para produtoras contratadas para campanhas do banco e 10% do gasto com a produção voltava para agência. Só que Hoffmann ordenava que o dinheiro nem entrasse nas contas da Borghi Lowe e fosse direto para as contas de Vargas. Os tentáculos do ex-deputado não surgiram de maneira inesperada. Investigadores lembraram, no pedido de prisão feito à Justiça, que o ex-deputado foi responsável pela indicação de Santos para a Superintendência de Marketing da Caixa Econômica Federal. (Daniel Haidar, de São Paulo)