Enquanto partidos da base estão rachados e liberando as bancadas na votação do impeachment, o PDT reafirmou nesta quarta-feira o apoio à presidente Dilma Rousseff. Após reunião entre o presidente Carlos Lupi, o ministro André Figueiredo (Comunicações) e deputados na noite de terça-feira, a legenda fechou questão pró-Dilma, indicando que parlamentares que desrespeitarem a orientação vão ser punidos. “Óbvio que o partido tem muitas críticas desde o início do governo, principalmente em relação à área econômica”, disse o líder Weverton Rocha (MA), que apontou para o alto índice de desemprego e a “falta de perspectiva de dias melhores”. Ele ponderou, no entanto, que é necessário ter responsabilidade neste momento e colocar projetos de poder abaixo de um projeto de nação. “Não é agora que vamos sair do barco como se fôssemos ratos”, disse. Apesar da decisão, nos bastidores ainda há resistência de uma parte bancada pedetista a apoiar Dilma. Dos vinte deputados, estima-se que pelo menos cinco tendem a dar voto pró-impeachment. Um deles é o deputado Sergio Vidigal (PDT-ES). “Meu voto é por convicção. Eu respeito o meu partido e tenho 28 anos de PDT, mas essa foi uma decisão precipitada. Estamos dentro da maior crise de moralidade que o pais já teve, com dois anos de Operação Lava Jato, e o governo desorganizou as finanças do país”, disse ao site de VEJA. O capixaba afirma não temer uma punição partidária. (Marcela Mattos, de Brasília)