Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Paulo Preto diz que não arrecadou para campanhas

Ex-diretor da Dersa, ligado ao PSDB, fala à CPI do Cachoeira, nega atuação eleitoral e dá recado: "Os incompetentes devem continuar com medo de mim"

Por Tai Nalon e Gabriel Castro
29 ago 2012, 11h45

Em depoimento à CPI do Cachoeira, o ex-diretor da estatal de transportes de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, se disse injustiçado e negou ter angariado recursos para eleições. “Nunca atuei na área financeira de qualquer campanha política”, disse ele, que depõe há mais de cinco horas.

O ex-diretor da Dersa reclamou de “calúnias” sobre acusações de ter, em 2010, desviado 4 milhões para campanha do PSDB à Presidência: “É muito difícil resistir a uma saraivada de denúncias e calúnias”. E completou: “Eu não saio desta Casa antes de entregar todos os documentos comprobatórios do que eu falar. Eu pedi a Deus para ser convocado para esta CPI, porque acho que os incompetentes devem continuar com medo de mim. Essa frase é para todos que foram ingratos.”

Souza demonstrou ressentimento com a forma como deixou o governo , em 2010. “Eu fui demitido oito dias após entregar as três maiores obras do país”, disse. O engenheiro foi exonerado no governo de Alberto Goldman (PSDB), em 2010. Segundo Souza, Goldman o achava vaidoso e arrogante. Questionado sobre sua relação com o ex-governador José Serra, Paulo Souza foi evasivo e reafirmou que seu padrinho no governo federal e no governo paulista era o senador Aloysio Nunes, de quem se disse amigo.

Durante dez minutos, o depoente descreveu seu currículo profissional, destacando sua atuação no governo federal, sobretudo na Casa Civil, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Enumerou suas obras na chefia da Dersa, no estado de São Paulo, e destacou sua atuação em intervenções durante as gestões dos governadores José Serra e Geraldo Alckmin. “Mesmo assim, creio ser um desconhecido da classe política.” Ele também queixou-se do apelido Paulo Preto, classificado por ele como “pejorativo”. Tentou fazer colar novas alcunhas, como “iron man”, “Batman” e “homem-bomba”. Questionado por parlamentares, chegou até a mencionar a presidente Dilma Rousseff, em referência a um debate eleitoral na campanha de 2010. Na ocasião, a então candidata reforçou acusações de que ele teria sumido com 4 milhões da campanha tucana. Disse sentir-se constrangido por ter contra a presidente uma representação. “Espero imensamente que a presidente um dia reconsidere essa postura”, disse. “Tenho que a presidente fez essa acusação baseada em uma informação infundada.” Delta – Convocado oficialmente para esclarecer o elo da construtora Delta com obras supostamente superfaturadas do governo de São Paulo, Paulo Souza se limitou a dizer que conheceu Fernando Cavendish, mas nunca participou de reuniões em que o ex-diretor da Delta solicitou contratos com a Dersa. “Eu não conheço a Delta profundamente, nem nenhuma empreiteira”, disse. Souza rebateu afirmação de Luiz Antonio Pagot de que, em reunião com o chefe do Dnit, pressionou pelo aditamento de contratos das obras do Rodoanel. “Eu nunca vim falar com o doutor Pagot com menos de quatro pessoas”, disse. Questionado se aceitaria acareação com o ex-diretor do Dnit, afirmou que aceitaria “acareação com qualquer pessoa do planeta Terra”. Sobre Cavendish, o ex-chefe da Dersa disse ainda que encontrou-se duas vezes com ele: “Uma em 2008 e outra na inauguração da Marginal”. Ataque – Depois de o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot, confirmar à CPI do Cachoeira que usou o cargo para arrecadar recursos para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência, o PT se esforça para recolocar o PSDB como alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), abriu a sessão desta quarta-feira afirmando que o PSDB “está sangrando” com as investigações sobre o esquema de Cachoeira, que estendeu seus tentáculos sobre o governo tucano em Goiás. O deputado Mendes Thame (PSDB-SP), líder da minoria na Câmara, reagiu: “Nunca ouvi uma declaração política tão sórdida, tão deletéria quanto esta do líder do PT”. O também deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) ressaltou o caráter autoritário da perseguição petista à oposição: “Não somos nem oposição. Somos resistência, para que o Brasil ainda possa dizer: respiramos democracia”. Sávio lembrou ainda que o PT é quem está na mira da Justiça, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal, do escândalo do mensalão.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.