Pastor e ex-assessor do MEC estiveram 10 dias no mesmo hotel, aponta PF
Luciano Musse e o pastor Arilton Moura são apontados nas investigações como integrantes do esquema comandado pelo ex-ministro Milton Ribeiro
O ex-assessor do Ministério da Educação Luciano Musse e o pastor Arilton Moura estiveram no mesmo hotel em Brasília por ao menos dez vezes entre os anos de 2021 e 2022, aponta a Polícia Federal. O local é apontado como o “QG” do grupo responsável por negociar verbas da pasta com prefeitos.
De acordo com os investigadores, há ainda uma visita registrada do pastor Gilmar Santos no mesmo local. O mais assíduo era Arilton, com, no total, 63 hospedagens registradas.
Luciano Musse e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos — além do ex-ministro Milton Ribeiro — foram presos na última semana em operação que apura indícios de esquema de corrupção dentro do ministério. Eles foram liberados um dia depois.
Segundo os autos do processo que culminou nos mandados de busca e apreensão, há indícios de que Milton, Arilton e Gilmar “cooptaram prefeitos para interesses pessoais”, enquanto Luciano Musse ocupava papel de “operador financeiro”.
Milton Ribeiro é suspeito dos crimes de corrupção passiva, prevaricação e tráfico de influência. Os delitos teriam sido cometidos em razão da atuação de Arilton e Gilmar como intermediários informais de repasses de verbas públicas da pasta durante sua gestão, especialmente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Prefeitos relataram que os pastores, que não tinham qualquer cargo público no Ministério, pediam propina em troca dos repasses.