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Parlamento predomina em ministério de Temer

O deputado Fernando Bezerra Filho, e o ex-parlamentar Helder Barbalho foram empossados nesta sexta-feira pelo presidente interino, Michel Temer. No total, dos 23 ministros, 19 são políticos

Por Da Redação
13 Maio 2016, 09h48

O presidente em exercício Michel Temer nomeou mais dois ministros para compor sua equipe: Fernando Bezerra Filho e Helder Barbalho passam a assumir as pastas de Minas e Energia e Integração Nacional. A nomeação foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União e mostra a prioridade dada por Temer a nomes de políticos, com foco na experiência no Congresso, para montar sua equipe. Dos 23 ministros, dezenove são ou foram deputados, senadores ou dirigentes partidários. Três nunca tiveram atividade partidária direta e um, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, chegou a ser eleito deputado pelo PSDB goiano, foi filiado ao PMDB e hoje é do PSD. Ao todo, Temer contemplou onze partidos.

O peemedebista almejava o que foi definido como Ministério de “notáveis”, mas acabou cedendo à pressão dos partidos para manter o compromisso de reduzir o tamanho do primeiro escalão. O principal exemplo se deu com a Saúde. Temer queria que o PP avalizasse o nome do cirurgião paulista Raul Cutait. A bancada da sigla na Câmara não gostou da ideia e ameaçou boicotar o novo governo em votações na Casa. Com a pressão, o deputado Ricardo Barros (PR) levou o cargo.

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A pressão dos partidos fez com que o desenho da Esplanada mudasse constantemente. O PRB, por exemplo, começou pedindo a Agricultura. Após pressão do setor por um nome ligado à área, Temer ofereceu em troca Ciência e Tecnologia. A legenda anunciou para o posto o presidente do partido, o advogado e bispo licenciado da Igreja Universal Marcos Pereira. Nova leva de críticas. Por fim, com a fusão da pasta com Comunicações, Pereira foi para o Ministério do Desenvolvimento.

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O PMDB de Temer ficou com sete ministérios. Desses, três são parlamentares: os deputados Leonardo Picciani (Esporte) e Osmar Terra (Desenvolvimento Agrário e Social) e o senador Romero Jucá (Planejamento). Também há os ex-deputados Helder Barbalho (Integração Nacional) e Henrique Alves (Turismo).

Um dos principais fiadores do impeachment de Dilma, o PSDB terá três integrantes no governo Temer. Desses, dois são parlamentares: o senador José Serra (Relações Exteriores) e o deputado Bruno Araújo (Cidades), próximo do presidente da sigla, senador Aécio Neves (MG). A legenda indicou o ministro da Justiça: o ex-procurador de Justiça e advogado Alexandre de Moraes, que deixou a pasta da Segurança Pública do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

PP e PSD indicaram cada um dois representares. No caso do PP, são dois parlamentares: o deputado Ricardo Barros (Saúde) e o senador Blairo Maggi (Agricultura), que deixou o PR e se filiou ao partido na quarta-feira.

Ainda assim, Temer não conseguiu agradar a todos. Um dos principais articuladores do impeachment na Câmara, o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), reclamou porque o partido ficou sem ministério. Paulinho da Força chegou a negociar com Temer o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Com a fusão da pasta com o Desenvolvimento Social, o partido, que tem catorze deputados, ficou sem vaga na Esplanada.

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A equipe de Temer também tem três alvos da Operação Lava Jato: Romero, Jucá, Henrique Alves e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), que assumirá a Secretaria de Governo. Os dois últimos passam a ter foro privilegiado e, agora, só podem ser investigados perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Às vésperas de assumir o cargo, Temer disse que o fato de ser investigado não seria impeditivo para a nomeação de seus auxiliares.

Jucá é investigado por suposto recebimento de dinheiro desviado da Petrobras e do setor elétrico. Um inquérito apura se ele cometeu crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Recentemente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de novas linhas de investigação contra Jucá e outros integrantes da cúpula do PMDB por possível envolvimento em desvio de recursos das obras da Hidrelétrica de Belo Monte e outros projetos do Ministério de Minas e Energia. Jucá também é alvo de inquérito ligado à Operação Zelotes, esquema de lobby envolvendo MPs. Jucá nega envolvimento em qualquer crime.

Henrique Alves teve a casa como alvo de busca de uma fase da Lava Jato, batizada de Catilinárias. Geddel foi citado em mensagens interceptadas, mas não é alvo direto de investigação. Tanto Alves quando Geddel admitem ter tratado com o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, de questões de interesse dele, mas negam irregularidades.

(Com Estadão Conteúdo)

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