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Palácio do Planalto teme delação do instável Geddel

Auxiliares próximos ao presidente Michel Temer dizem que o ex-ministro é temperamental e emotivo e, por isso, não aguentaria muito tempo na prisão

Por Da Redação
Atualizado em 19 set 2017, 15h50 - Publicado em 19 set 2017, 08h35

O Palácio do Planalto está mais preocupado com a possibilidade de o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), preso desde o dia 8, fechar um acordo de delação premiada do que com a nova denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada contra o presidente Michel Temer (PMDB).

A avaliação de auxiliares próximos ao presidente é de que a segunda acusação oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que denunciou o presidente por liderar uma organização criminosa e obstruir a Justiça, será rejeitada no plenário da Câmara dos Deputados com um placar ainda mais favorável do que o da primeira acusação. Em agosto, quando a Procuradoria denunciou Temer por corrupção passiva, 263 deputados votaram por barrar o prosseguimento da acusação.

Em relação a Geddel, a avaliação no Planalto é de que a situação é “praticamente incontornável” depois que a Polícia Federal (PF) encontrou 51 milhões de reais em espécie em um apartamento em Salvador, onde foram identificadas as impressões digitais do ex-ministro.

Até a primeira prisão do ex-ministro, no dia 3 de julho, baseada em depoimentos do corretor Lúcio Funaro e de sua mulher, Raquel Pitta, a avaliação era de que seria possível obter sucesso na defesa técnica, já que não existiam provas concretas da tentativa de obstrução à Justiça.

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Segundo os investigadores, a apreensão do dinheiro jogou por terra o discurso da defesa de que as acusações eram versões de delatores interessados em benefícios. Os 51 milhões de reais materializaram provas necessárias para sustentar as afirmações dos colaboradores. A homologação da delação de Funaro fortaleceu a tese da acusação contra Geddel.

Além disso, o ex-diretor de Defesa Civil de Salvador Gustavo Pedreira, apontado como homem de confiança de Geddel, cujas impressões digitais também foram encontradas no apartamento, afirmou estar disposto a colaborar com as investigações. Ele já confirmou ter buscado dinheiro em São Paulo a pedido de Geddel. Não está descartada a possibilidade de o ex-ministro ser alvo de outras denúncias.

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Distanciamento

Geddel, ao lado de Temer, fazia parte do núcleo duro do PMDB, que inclui os atuais ministros e também denunciados Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O Planalto avalia que Geddel é temperamental e emotivo e, por isso, não aguentaria muito tempo na prisão. Essas características, disse um auxiliar, podem aumentar ainda mais a probabilidade de que o ex-ministro forneça informações em troca de benefícios.

Apesar disso, o discurso no governo é de que, se Geddel fechar acordo de delação, não haverá nada de comprometedor contra o presidente. Ainda assim, a ordem no Planalto tem sido se distanciar ao máximo do ex-ministro. Desde que foram descobertos os 51 milhões de reais, os principais interlocutores do presidente evitam o assunto ou, quando abordados, dizem que ele não tem relação com o Palácio do Planalto.

Procurada, a defesa de Geddel não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

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(Com Estadão Conteúdo)

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