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Para atrair filiados, DEM muda programa e tenta ser de ‘centro’

Ao 'suavizar' seu ideário de direita, partido pretende tomar o lugar do PSDB e sonha em disputar a Presidência nas eleições de 2018

Por Da Redação
14 ago 2017, 11h37

Alçado ao comando da Câmara com o deputado Rodrigo Maia (RJ), o DEM voltou a sonhar com a Presidência da República. Nos bastidores, o antigo PFL — que também já foi Arena e PDS — prepara uma recauchutagem pragmática. O objetivo imediato é se tornar uma das maiores siglas no Congresso, recebendo deputados insatisfeitos em suas legendas. O principal objetivo, no entanto, é suplantar o PSDB, aliado histórico, para eleger oito governadores e tentar alcançar, de forma inédita, o Palácio do Planalto.

Há 28 anos o DEM não consegue nem apresentar um candidato ao Planalto – duas gerações de eleitores nunca puderam votar num político do partido para presidente. O último foi Aureliano Chaves, em 1989.

Na era petista, o DEM passou treze anos no extremo da oposição e regrediu no perfil parlamentar. Se chegou a 105 deputados em 1998, elegeu apenas 21 em 2014. Passou por uma cisão liderada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, em 2011, que deu origem ao PSD, e chegou a arquitetar uma fusão fracassada com o PTB, em 2015.

Hoje, o partido está com 30 deputados e nenhum governador. Seu único integrante de relevância no Executivo é o prefeito de Salvador, ACM Neto. “A prioridade é desenvolver um projeto presidencial. Se não der tempo, estamos abertos a conversas com todo mundo, desde que haja convergência de visões”, diz Neto.

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Maia tem articulado para viabilizar a migração dos parlamentares. A meta é reunir entre cinquenta e sessenta deputados. A maioria dos insatisfeitos vem de uma dissidência do PSB, como Danilo Forte (CE), Tereza Cristina (MS), Fabio Garcia (MT) e Heráclito Fortes (PI). Também há afinidade com nomes do PSDB, PSD e PMDB. “Os acordos regionais estão fechados e não há conflito ideológico nem programático”, diz o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).

A estratégia do DEM para receber insatisfeitos do PSB é “suavizar” seu ideário de direita, trabalho do qual participam os ex-ministros Gustavo Krause e Roberto Brandt, o economista Marcos Lisboa e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, que é pai de Rodrigo Maia.

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Ao tentar ocupar o centro no espectro ideológico, o DEM toma como exemplo o presidente francês, Emmanuel Macron. “O posicionamento do [deputado federal Jair] Bolsonaro à extrema direita desloca o DEM para o centro. E o Lula (PT), que já ocupou o centro no governo, voltou o pêndulo para a extrema esquerda, com apoio ao [presidente Nicolás] Maduro na Venezuela”, diz o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).

Nos rascunhos de um manifesto que o partido planeja divulgar entram temas que são considerados palatáveis à classe média. “Seremos intolerantes com o crime”, diz um trecho do programa. Outras propostas são ter menos ideologia na educação, retomada do emprego, flexibilização do estatuto do desarmamento e redução do tamanho do estado.

Um dos entraves do DEM é não ter um presidenciável com popularidade. A opção, hoje, seria “receber” nomes com afinidade, como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje no PSD, e o prefeito tucano João Doria (SP). Semana passada, em Salvador, ACM Neto jantou com Doria, que depois confirmou o “interesse” do partido.

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(Com Estadão Conteúdo)

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