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Pandemia de coronavírus vira guerra eleitoral entre Crivella e Paes no Rio

Atual prefeito, candidato à reeleição pelo Republicanos, pede à população que 'não arrisque a vida' elegendo adversário, concorrente do DEM

Por Cássio Bruno Atualizado em 26 nov 2020, 14h46 - Publicado em 25 nov 2020, 18h10

O combate à pandemia do novo coronavírus se transformou em uma verdadeira guerra eleitoral no Rio de Janeiro entre os candidatos no segundo turno. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tenta a reeleição, adotou a estratégia em sua propaganda, na reta final de campanha, de se apresentar como o único capaz de combater uma possível segunda onda de Covid 19 na capital. Enquanto isso, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) disse, em entrevista à rádio CBN, nesta quarta-feira, 25, que, se eleito, investirá em testagens e na recuperação da infraestrutura das clínicas da família para vacinações em massa. Os dois, no entanto, descartam fazer o chamado “lockdown“, ou seja, o fechamento total de estabelecimentos e bloqueios de rua.

A equipe de Crivella avalia que a pandemia aumentou a abstenção e prejudicou o prefeito. Na cidade do Rio em 32,79% (1.590.876  votos), dos eleitores não compareceram às urnas, número muito acima do resultado médio no país, de pouco mais de 23%. Entre as capitais, o Rio registrou a segunda maior abstenção, atrás apenas de Porto Alegre (33,1%).  Para a coordenação de campanha, quanto menor a abstenção, maiores são as chances de Crivella aumentar a votação e ultrapassar o adversário. “O importante é as pessoas saírem de casa para votar”, diz um dos estrategistas do prefeito.

Na propaganda eleitoral, Crivella abordou o tema, apontando o risco de mudanças na gestão municipal. “A imprensa tem falado sobre a segunda onda do Covid-19. E eu pergunto: você vai trocar nossa equipe? Nossos diretores de hospitais? Nossos médicos? Nosso comitê científico? Por uma equipe que não tem experiência? Você vai arriscar a vida de sua família, dos seus pais, dos idosos do Rio? Não faça isso!”, disse durante o programa eleitoral. Seguindo orientações de sua equipe, nesta quarta-feira, o prefeito também pediu que a população procure a rede municipal de saúde caso sinta sintomas de Covid-19 e afirmou que intensificará a fiscalização contra aglomerações, com agentes da Guarda Municipal.

A saúde é um dos principais temas da disputa municipal. Crivella tenta mostrar capacidade de gestão, ao mesmo tempo em que explicita o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem tem ido contra o que prega a ciência no enfrentamento do coronavírus no mundo, na tentativa de atrair eleitores conservadores.

Em contrapartida, na rádio CBN, Eduardo Paes alegou que, proporcionalmente, o Rio de Janeiro teria registrado o dobro de mortes que São Paulo durante a pandemia de Covid-19, chegando a pelo menos seis mil mortes a mais. Com ataques dirigidos a Crivella, o ex-prefeito afirmou ainda que não teria feito o hospital de campanha do Riocentro, construído na gestão Crivella e explorado exaustivamente na propaganda eleitoral. Segundo Paes, no lugar desta unidade, seriam reabertas mais 1,5 mil vagas no Sistema Único de Saúde (SUS) que estão fechadas para atender as vítimas.

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“A reabertura dos leitos, no mínimo, deixaria um legado. O hospital de campanha da prefeitura para 500 pacientes, montado no Riocentro, só ficou pronto quando a pandemia estava no máximo. Com isso, o número de pacientes atendidos ali não passaram de 200. Poderíamos com políticas mais eficientes ter salvo seis mil vidas”, argumentou Paes.

Debate Record

Como antecipou VEJA, Marcelo Crivella produziu dossiês e fez uma varredura em processos judiciais contra Eduardo Paes para desconstruir a imagem do adversário, que reprisa em sua campanha a imagem de “bom gestor”. O prefeito levará a papelada ao debate desta quinta-feira, 26, às 13h10, na Record TV, com duas horas de duração. A emissora pertence ao tio de Crivella, o bispo Edir Macedo, que também é o principal nome da Igreja Universal do Reino de Deus. Paes já avisou que não comparecerá. No encontro, Crivella mostrará supostos documentos que ligaria Paes à corrupção.

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