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Paes: ‘O Rio não pode mais errar e escolher despreparados ou farsantes’

Com ampla vantagem nas pesquisas, o ex-prefeito criticou a gestão de Crivella após votar na manhã deste domingo, 15, na zona sul da capital

Por Sofia Cerqueira
Atualizado em 15 nov 2020, 12h54 - Publicado em 15 nov 2020, 12h45

Líder nas pesquisas eleitorais, o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) votou na manhã deste domingo, 15, na 211ª Zona Eleitoral, dentro do Gávea Golf Club, na Zona Sul da capital. Antes, o ex-prefeito acompanhou o filho Bernardo, de 16 anos, à Escola Municipal Lúcia Miguel Pereira, no mesmo bairro, onde ele votou pela primeira vez. Bem-humorado e confiante, Paes agradeceu à população pelo apoio nos 45 dias de campanha e fez duras críticas ao atual prefeito e candidato à reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos): “Tenho dito e repetido, o Rio não pode mais errar. Eu peço à população que não arrisque mais, que não permita que pessoas despreparadas ou farsantes governem a nossa cidade”. E emendou, em seguida: “Infelizmente nos últimos anos, a população escolheu um prefeito que destruiu a cidade”.

Durante toda a corrida eleitoral, o ex-prefeito, de 51 anos, afirmou que, se eleito, governará alinhado com o governo federal. Após votar, desconversou sobre um possível apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno, no caso de Crivella não passar adiante. “Está muito claro que o Bolsonaro apoia o Crivella, que Lula apoia a Benedita da Silva (PT), que o Ciro Gomes endossa a Martha Rocha (PDT) e Marina Silva, o Bandeira de Mello (Rede). Nós temos que cuidar da cidade, falar dos temas do Rio, da população”, afirmou. Quando perguntado se essa eventual aliança com Bolsonaro poderia surtir efeito contrário e atrapalhar, Paes também saiu pela tangente. “Quero o voto de todo mundo, de todos os eleitores do Rio”, completou.

Acompanhado da mulher, a engenheira Cristine Paes, e dos dois filhos — Bernardo e Isabela –, Paes criticou o abandono da cidade durante a gestão de Crivella. Disse que os problemas no Rio são muitos, a começar pela área da saúde. “A situação é angustiante com o que está acontecendo. Tenho andado pela rua e visto que várias clínicas da família deixaram de funcionar e o estado dos hospitais é precário”, lamentou. O candidato afirmou ainda que o seu sucessor deixou que o sistema de BRT fosse “destruído por completo” e ressaltou seus planos para a educação, com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Tenho notado a angústia de muitos pais e mães em relação ao futuro de seus filhos após esse ano. Meu compromisso é fazer, em 2021, dois anos em um para que os alunos possam recuperar o que perderam“, garantiu.

Desde o início da campanha, as pesquisas apontam que o Rio terá um segundo turno nestas eleições municipais. Ocupando sempre a dianteira nas intenções de votos, Paes ressaltou sua capacidade de gestão e adotou um discurso que não tem um adversário de preferência — embora os analistas políticos apontem que a oponente mais difícil de ser batida seria a candidata Martha Rocha, que pode ganhar força e surpreender reunindo o eleitora de esquerda. Em sua estratégia no programa eleitoral de rádio e TV, o ex-prefeito reiterou que é “o único candidato que dá certeza de Crivella fora da prefeitura”, com base em pesquisas eleitorais que fizeram simulações com todos os postulantes concorrendo com o atual prefeito. A tática de Paes foi tentar convencer o eleitorado de que uma disputa entre Martha e Crivella seria um cenário indefinido e, com ele, a vitória sobre o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus estaria garantida.

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Ao longo da corrida eleitoral, Paes, que em 2018 foi derrotado nas eleições para governador do estado pelo então estreante nas urnas Wilson Witzel (PSC) — afastado do cargo por suspeita de corrupção — também martelou em seu programa eleitoral que o Rio, além de “não poder eleger Crivella de novo”, não pode ter um “novo Witzel”, se referindo à ex-delegada e deputada estadual Martha Rocha.

Nas últimas eleições, Paes deixou o MDB, partido do qual faziam parte lideranças políticas fluminenses que foram presas entre 2016 e 2017, como Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara dos Deputados) e o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a mais de 200 anos de prisão. Em agosto passado, o ex-prefeito do Rio virou réu na Justiça Eleitoral por caixa dois na campanha de 2012. Ele é acusado de receber 10,8 milhões de reais em vantagens indevidas para aquele pleito. Paes afirmou, na época da denúncia, que isso era uma tentativa de interferência no processo eleitoral.

Do local de votação, o ex-prefeito seguiu para o apartamento da família, em São Conrado, onde acompanhará a apuração dos votos.

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