Padilha: Lula está ‘animado’ com comportamento de Haddad
Ministro da Saúde visitou ex-presidente, internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar câncer na laringe; Lula recebe alta nesta terça-feira
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “muito animado com o comportamento” do ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato a prefeitura de São Paulo pelo PT. Padilha esteve na tarde desta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Lula faz tratamento para combater um câncer na laringe, diagnosticado em outubro. Ele foi internado nesta segunda-feira para submeter-se à terceira sessão de quimioterapia.
A equipe médica do Sírio-Libanês informou, na segunda, que o tumor de Lula sofreu uma redução de 75%. A necessidade de cirurgia foi descartada. Lula fará radioterapia em janeiro.
A candidatura de Haddad foi, desde o início, apadrinhada pelo ex-presidente. Padilha afirmou que Lula ainda não tem planos políticos para depois do fim do tratamento, previsto para março, mas confirmou que o ex-presidente apoiará Haddad nas eleições e não deixará a política de lado. “Ele nunca precisou de cargo para fazer política”, disse Padilha.
O ministro da Saúde ironizou a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo que, em entrevista à rádio Estadão ESPN, disse que a eleição municipal de São Paulo será cheia de “japoneses” por ter candidatos não muito conhecidos pelos eleitores. “Qualquer um que faça uma avaliação arrogante sobre um candidato pode ser surpreendido”, disse Padilha. “Quem irá escolher será a população de São Paulo, que, aliás, tem uma boa tradição japonesa”.
Preconceito – Padilha também avaliou que o modo pelo qual Lula tratou o câncer desde o início, deixando claro para todos qual era o seu diagnóstico, ajuda a diminuir o estigma que a doença tem no país. “Mostra que é uma doença que pode ser curada”, disse o ministro. “Vai ajudar a reduzir o preconceito no Brasil.”
O presidente do Grupo Pão de Açucar, Abílio Diniz, que também visitou Lula neste terça-feira, disse que o ex-presidente está com uma voz muito boa e ela tende a melhorar. “Ele se achava indestrutível”, disse Diniz. “A doença foi um baque muito grande para ele. Mas ele já está muito melhor, animado.”