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Orçamento da Lava Jato está ‘garantidíssimo’, diz Janot

Sucessora do procurador, Raquel Dodge havia pedido esclarecimento sobre redução de recursos à força-tarefa da operação em Curitiba para 2018

Por Da redação
Atualizado em 19 jul 2017, 18h58 - Publicado em 19 jul 2017, 17h15

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reafirmou nesta quarta-feira que o orçamento da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba não será reduzido e está “garantidíssimo” para 2018. A resposta de Janot vem depois de sua sucessora na PGR, Raquel Dodge, enviar a ele um ofício com quarenta pontos a ser esclarecidos sobre a situação orçamentária da instituição. No documento, ela assinala que os procuradores paranaenses da Lava Jato pediram 1,65 milhão de reais para o ano que vem e receberam como proposta da PGR 522.600 reais.

“Garantidíssimo. É prioridade da procuradoria na minha gestão. Se vai ser na dela, eu não sei. Agora na minha está garantido, sim”, declarou Rodrigo Janot após participar de um seminário promovido pelo site Jota e pela Atlantic Council, em Washington.

“Isso é uma proposta do orçamento, que vai ser aprovada pelo conselho [Conselho Superior do Ministério Público] ou não na terça-feira que vem. O que eu posso dizer é que o que foi destinado para a Lava Jato para 2018 é mais que 2017”, completou o procurador-geral, que será substituído no cargo por Raquel Dodge no dia 17 de setembro.

A Procuradoria-Geral da República já havia negado, ontem, redução dos recursos à disposição dos investigadores da operação. “O critério estabelecido para alocação do novo referencial, tratando-se de valores estimativos, leva em conta o valor da proposta de 2017, acrescido de 4,19%. É certo, ainda, que a suplementação dessa estimativa será perfeitamente possível, com alocação de recursos extraordinários, remanejados do próprio MPF, a depender da necessidade apresentada pela Força-Tarefa. No exercício atual, por exemplo, a administração do MPF já reforçou os valores da Lava Jato em Curitiba, a partir dos recursos da reserva técnica, em aproximadamente R$ 500 mil”, informou a PGR.

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No ofício encaminhado a Rodrigo Janot, Raquel Dodge também pediu esclarecimentos sobre despesas primárias e financeiras do MPF, o valor desembolsado com auxílio-moradia e o impacto orçamentário com diárias e passagens. As respostas deveriam ser encaminhadas pela PGR a ela até a data de hoje.

‘Lava Jato não prejudica economia’

No seminário em Washington, Rodrigo Janot também rebateu o argumento de que a Lava Jato está contribuindo para a crise econômica no Brasil. Janot disse que as investigações, na verdade, encontraram os motivos que levaram aos problemas econômicos brasileiros, como irregularidades envolvendo o cartel de empreiteiras que impediam a liberdade do mercado.

“Hoje, o Brasil está passando por três crises: ética, política e econômica. Para justificar a crise econômica e política é comum atribuir essas crises como consequências dessa grande investigação – a maior – na América Latina. O que costumo dizer é que a crise econômica não resulta da investigação”, afirmou o procurador-geral da República.

Ele ainda considerou que as investigações descobriram “um esquema de cartel que prejudicava a livre concorrência de mercado”. Para Janot, o cartel, sim, afetava a economia.

“Nós ouvimos todos os dias que o sistema judiciário está criminalizando a política. Isso não é verdade. O que nós fazemos é aplicar a lei criminal respeitando o direito de defesa, e procurando pelos criminosos sem relação com o fato de eles exercerem mandatos políticos. Mas não é uma ação política. É apenas aplicar a lei. A lei que existe é para ser aplicada a todos, independentemente de suas religiões e de seu status. Isso é o que o Brasil está fazendo. Quando jogamos a luz na corrupção é a melhor forma de limpar tudo”, declarou.

O procurador-geral da República ainda disse considerar que a América Latina está hoje “diferente” e que, atualmente, há “menos ditaduras, mais democracia e mais liberdade de imprensa que expõe as investigações”.

(com Estadão Conteúdo)

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