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Oposição vai insistir em investigação de Palocci

Parlamentares oposicionistas buscam assinaturas para criar uma CPI, mas admitem que saída dele da Casa Civil enfraquece possibilidade

Por Adriana Caitano e Gabriel Castro
7 jun 2011, 20h20

Mesmo após a saída de Antonio Palocci do comando da Casa Civil, a oposição ainda vai insistir na investigação do ex-ministro por seu enriquecimento súbito e o aluguel de apartamento em nome de um laranja. No entanto, os próprios parlamentares oposicionistas admitem que a possibilidade de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso ficou enfraquecida.

Nesta terça-feira, já haviam sido coletadas 22 das 27 assinaturas necessárias para criar a CPI no Senado – 11 de senadores do PSDB, 4 do DEM, 2 do PSOL e 5 de senadores da base aliada do governo: Jarbas Vasconcelos (PMDB), Roberto Requião (PMDB), Ana Amélia (PP), Cristovam Buarque (PDT) e Pedro Taques (PDT). Os dois últimos haviam assinado o requerimento durante a tarde.

Esperava-se a adesão de senadores do PMDB de perfil mais independente, o chamado G-8: Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS), Waldemir Moka (MS), Luiz Henrique (SC), Cassildo Maldaner (SC), Vital do Rêgo (PB), Eunício Oliveira (CE) e Eduardo Braga (AM). No entanto, eles já haviam afirmado que iam esperar a votação do requerimento de convocação de Palocci na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para esta quarta-feira.

A oposição, portanto, teme que os governistas descontentes se sintam satisfeitos com o desfecho da crise e desistam de cobrar explicações do ministro agora que ele deixou o cargo. “A saída dele pode ser usada como argumento para não se assinar a CPI”, diz o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias. “Vamos observar a reação dos governistas, mas nossa intenção é manter o requerimento”.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) já adiantou que vai tirar sua assinatura do requerimento de abertura da CPI. “A coisa deve se tranquilizar no Congresso agora. A oposição fica triste porque, com o Palocci no Planalto, o governo estava enfraquecido”, comentou.

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O líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), garante que os requerimentos para a convocação de Palocci serão mantidos, mas deverão ser transformados em convites, já que ele deixou de ser ministro. “A crise não acabou, não vamos deixar de cobrar as explicações de que o Brasil precisa”, destaca.

Álvaro Dias ainda defende que Palocci seja investigado judicialmente, com um possível processo a ser abalizado pelo Ministério Público, para onde os oposicionistas encaminharam novas representações nesta terça-feira contra o ex-ministro. “Ele tem que ser julgado, tem que ser investigado. O ideal seria também no Congresso, com investigação política, que propõe transparência e poderia contribuir para a judiciária ser mais eficiente”, comenta.

Desfecho – Para o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), a operação do governo foi combinada com o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, para impedir que Palocci passasse por uma investigação judicial. “Ele já estava ladeira abaixo, mas aparentemente eles manobraram uma estratégia de blindagem para que saísse sem ser investigado criminalmente”, afirma o senador.

Alvaro Dias considera que a decisão tomada nesta terça-feira veio tarde e enfraqueceu o mandato de Dilma Rousseff. “Isso tudo revelou a insegurança do governo porque levaram muito tempo para uma decisão elementar que deveria ter ocorrido no primeiro momento”, critica. “Eles não podem continuar subestimando a inteligência dos brasileiros, tentando superar escândalos vencendo pelo cansaço”.

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Dias acredita que a permanência de Palocci seria insustentável. “Seria uma contaminação com consequências nocivas, mas obviamente o desgaste não se anula”, acrescenta. “A liderança da presidente foi testada pela primeira vez num momento de crise e a nota é ruim”

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, acrescentou que a saída do petista era inevitável desde sexta-feira, após a entrevista concedida ao Jornal Nacional da TV Globo “Ele era a própria crise do governo e quando teve a chance de esclarecer, não o fez. Tivemos que chegar até o limite de pedir uma CPI, usando todos os instrumentos fiscalizatórios que pudemos lançar mão para exigir uma explicação”, diz.

Fogo amigo – Além das cobranças da oposição, Palocci terá que levar para casa a lição deixada pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS): “Que ele possa ter colhido desse episódio os ensinamentos necessários para sua carreira política”, aconselhou o petista, que diz esperar um clima mais tranquilo no Congresso nos próximos dias.

Por meio de uma nota oficial publicada no site da Força Sindical, da qual é presidente, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, comemorou o afastamento do ministro, que, segundo o deputado, beneficiará o Brasil. “O aprofundamento das denúncias estava paralisando as ações do governo, contaminando o embate político e prejudicando o país”, destacou.

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Paulinho, que chegou a criticar Palocci publicamente, aproveitou para amenizar os comentários de que estaria incentivando o grupo sindicalista e seu partido, que é da base governista, a comportar-se como oposição. “Queremos reiterar o apoio da Força Sindical ao governo Dilma na sua agenda de combater a miséria, fortalecer a democracia e a justiça social”, ressaltou o parlamentar.

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